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Bolsonaro agradece aos eleitores que votaram nele e não dá os parabéns a Lula da Silva

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, agradeceu hoje aos seus eleitores, pediu aos apoiantes que parem as manifestações e não cumprimentou Lula da Silva, vencedor das eleições de domingo.

Bolsonaro agradece aos eleitores que votaram nele e não dá os parabéns a Lula da Silva

Autor: Lusa /AO Online

"Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30", disse o Presidente, dois dias depois da sua derrota nas presidenciais, naquela que foi a sua primeira declaração pública, onde nunca reconheceu a derrota.

O Presidente brasileiro, o primeiro a não conseguir a reeleição, procurou de seguida acalmar os seus apoiantes que, até agora têm mais de 260 estradas bloqueadas em 20 estados, e pediu para abandonarem os protestos.

“Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre são bem-vindas, mas nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população", frisou.

Jair Bolsonaro apelou assim aos milhares de apoiantes que desde a madrugada de segunda-feira bloquearam várias rodovias do país por não aceitarem o resultado das eleições, que Luiz Inácio Lula da Silva venceu com 50,9% dos votos, contra 49,1% obtidos por Bolsonaro.

Antes de iniciar a sua declaração, Bolsonaro virou-se para o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e disse: "Eles vão sentir saudade da gente, né?".

Marcaram presença o presidente da Câmara, Arthur Lira, vários ministros do seu Governo e o seu filho Eduardo, numa declaração em que se recusou a dar os parabéns Lula, não citando sequer o seu nome, mas deixando a porta aberta para uma transição já que disse respeitar a Constituição. 

"Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto Presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição", disse.

A presidência endereçou também um convite para uma reunião hoje com juízes do Supremo Tribunal Federal e para que estivessem presentes na declaração ao público, mas os juízes terão dito que prefeririam aguardar para perceberem o conteúdo do discurso de Bolsonaro.

Desde que ficou conhecido o resultado eleitoral, vários dos mais proeminentes apoiantes de Jair Bolsonaro reconheceram a derrota, assim como grandes setores de apoio do Presidente, como o agronegócio, mostraram-se contra as manifestações nas estradas do país, deixando assim o chefe de Estado com cada vez menos espaço de manobra.

Depois da sua declaração, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou ter recebido autorização por parte do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro,  a iniciar o processo de transição da presidência.

"O presidente Jair Bolsonaro me autorizou, quando for provocado, com base na lei, nós iniciaremos o processo de transição", disse Ciro.

Com 100% dos votos contados, Luiz Inácio Lula da Silva ganhou as eleições presidenciais de domingo por uma margem estreita, recebendo 50,9% dos votos, contra 49,1% para Jair Bolsonaro, que procurava um novo mandato de quatro anos.


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