Autor: Paulo Faustino
A artesã Maria da Graça Páscoa, de 90 anos, natural das Furnas, em São Miguel, ganhou a edição deste ano do Prémio de Artesanato CoMTradição, instituído pelo executivo açoriano e promovido pela Secretaria Regional da Juventude, Qualificação Profissional e Emprego, através do Centro de Artesanato e Design dos Açores (CADA).
Maria da Graça Páscoa domina várias técnicas artesanais ligadas à área têxtil ou à arte conventual de flores artificiais, de que são exemplo os registos do Senhor Santo Cristo dos Milagres ou os Presépios de Lapinha.
A
atribuição do Prémio Carreira CoMTradição, cuja cerimónia decorreu
sexta-feira passada no Núcleo de Santo André do Museu Carlos Machado, em
Ponta Delgada, incluiu o lançamento do livro sobre a vida e a obra de
Maria da Graça Páscoa – editado pelo CADA e da autoria de Célia Cidade,
bem como a exposição da sua obra no Museu Carlos Machado, em Ponta
Delgada, até ao dia 17 de marco de 2024, e no Terra Nostra Garden Hotel,
na freguesia natal da premiada, por altura do Festival das Camélias.
Presente na cerimónia de atribuição do referido prémio, a secretária regional da Juventude, Qualificação Profissional e Emprego aplaudiu a “diversificada e valiosa obra” da artesã. “Maria da Graça Páscoa fez escola, pela longevidade da sua carreira, pela variedade de técnicas artesanais que domina e pelo legado que construiu”, ressalvou Maria João Carreiro, citada numa nota difundida pelo Portal do Governo dos Açores, salientando que a premiada é, por isso, “merecedora do justo reconhecimento e da justa homenagem que o XIII Governo dos Açores procura cumprir com o Prémio Carreira CoMTradição”.
Para a governante, a artesã é um “símbolo vivo” e uma “referência” cujo “prestígio da sua carreira”, de quase 50 anos, “inspira pelo tanto que ofereceu à missão coletiva de preservar, valorizar e divulgar as técnicas e o saber-fazer artesanal” típico dos Açores. Trata-se, como enfatizou Maria João Carreiro, de uma “criadora que não guardou apenas para si e para a sua obra o saber-fazer que a distingue e diferencia”, elogiando o gosto da artesã pelo ensino e pela “transmissão de conhecimento a muitas artesãs que são hoje suas orgulhosas seguidoras”.