Autor: Lusa / AO online
O príncipe afirmou, durante um encontro com jornalistas em Nova Iorque, à margem da Assembleia-geral da ONU, que o dossier iraniano foi abordado numa reunião com os ministros dos negócios estrangeiros dos países do Golfo, do Egipto, da Jordânia e com a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice.
“Falámos evidentemente do Irão com a secretária de Estado. Assistimos certamente ao que pode tornar-se uma confrontação”, afirmou o príncipe Saoud.
“Durante as nossas discussões com os iranianos, perguntámos o «porquê dessa precipitação rumo à confrontação, quais são as vossas intenções?» e eles responderam-nos que não procuram qualquer confrontação nem dotar-se de armas nucleares”, acrescentou.
“A região está instável e um conflito é a coisa mais perigosa que possamos imaginar. Por essa razão esperamos que o problema seja resolvido diplomaticamente”, prosseguiu o chefe da diplomacia saudita.
“O Golfo é uma pequena região mas um conflito nesta zona não será certamente limitado, sabendo o que o Golfo significa para a paz e estabilidade internacionais”, advertiu o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Saoud Al-Fayçal afirmou que a Arábia Saudita está “muito preocupada” com o programa nuclear do Irão, país que os Estados Unidos e a Europa suspeitam de pretender dotar-se de uma arma atómica.
“Estamos muito preocupados. Eles dizem que é com fins pacíficos mas é preciso demonstrá-lo”, referiu.
O príncipe Saoud manifestou-se igualmente contra um “desmembramento” do Iraque e contra as ingerências regionais, nomeadamente do Irão, nos assuntos internos iraquianos.
“Um desmembramento do Iraque é uma ameaça perigosa porque provocará um conflito na região e esperamos que esta hipótese não se concretize. Não devem existir dúvidas de que as ingerências externas no Iraque não contribuem para pacificar o país, aumentando mesmo os perigos”, disse.
“Mesmo eles (os iranianos) reconhecem actualmente que intervêm no Iraque e ouvimos o presidente (iraniano) Mahmoud Ahmadinejad dizer que o seu país está pronto para preencher o vazio que deixará uma retirada norte-americana do Iraque. Tais declarações são perigosas”, concluiu.