Autor: Lusa/AO Online
"É preciso percebermos que estar equipado, estar com as devidas precauções e equipamentos, custa dinheiro. É preciso salvaguardar isso e introduzir apoios para as empresas garantirem equipamento aos seus e aos demais", avançou à agência Lusa o presidente da delegação dos Açores da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), Rui Anjos.
A AHRESP é uma das entidades a quem Governo dos Açores pediu para contribuir no roteiro "Critérios Para Uma Saída Segura da Pandemia Covid-19".
"Aquilo que nos remeteram é muito vago. É um saco cheio de nada, é muito pouco. E bem sabemos que o documento que gerará a operacionalização das medidas não fará qualquer sentido quando antes não nos garantirem apoios para a nossa sustentabilidade económica", salientou, referindo-se à proposta do roteiro enviada pelo Governo Regional.
O empresário ressalvou, contudo, que considera positivo o processo de "auscultação das pessoas" e defendeu que "toda a gente" deve contribuir para a proteção da sociedade.
"Estamos todos de certa forma ansiosos para as empresas voltarem ao ativo. É a economia em movimento. Esse pressuposto tem de ser regulado com a obrigação de toda a gente contribuir para a proteção social", destacou.
Rui Anjos assinalou que a delegação da associação a que preside irá enviar os contributos para o documento até à data limite de quarta-feira.
O responsável da AHRESP no arquipélago considerou "válidas", mas insuficientes as medidas do executivo regional para mitigar os efeitos económicos da pandemia de Covid-19 - como o complemento regional ao 'lay-off' e a medida de antecipação de liquidez das empresas.
"Mais do que saber quando e como vamos para o mercado, convém aqui perceber com que medidas é que vamos. É manifestamente pouco aquilo que temos em mão", disse, referindo ser necessário "aprofundar" o período de três meses previsto para os apoios.
O empresário referiu também serem necessárias mais "ferramentas" para garantir a manutenção dos postos de trabalho, até porque prevê pouca afluência caso os restaurantes abram em breve.
"O momento em que for para abrir a porta, não há clientes, há uma retração económica das pessoas locais. Isto vai ser muito complicado. Deem-nos ferramentas para suster as pessoas e as famílias afetas a cada empresa, senão vão perceber isso da pior maneira", realçou.
O presidente do Governo dos Açores Vasco Cordeiro disponibilizou na passada sexta-feira um documento com os critérios para uma "saída segura" da pandemia de Covid-19, nas palavras do executivo regional.
O documento irá ser alvo de contribuições de várias associações, entidades e de pessoas individuais que assim pretenderem.