Açoriano Oriental
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Sociedade Conserveira Açoriana Lda. é “o maior embaixador da Marca Açores no mundo”

Em 2022 foi constituída a Sociedade Conserveira Açoriana Lda., (SCA) na sequência da adjudicação da exploração da Fábrica da Santa Catarina Indústria Conserveira, em São Jorge, por concurso público internacional


Autor: Made in Açores

Rogério Veiros foi o promotor e líder do projeto desde esse momento, é também o gerente. Pouco mais de dois anos de atividade com muito trabalho, desde a primeira hora. 

“O desafio imediato foi a reposição de “stocks” de produto acabado, o cumprimento de contratos de abastecimento ao mercado e otimizar e melhorar a eficiência da operação fabril. De seguida e sobretudo na sequência da inflação provocada pela crise ucraniana, todas as dificuldades de abastecimento e gestão das alternativas à escalada dos preços do metal, óleo de girassol, papel e todos os outros”, refere a empresa, que acrescenta que tudo tem sido possível com “otimismo e resiliência” pela “capacidade e dinâmica da equipa da SCA”.

Ainda assim, o maior desafio de todos foi a escassez de mão de obra: “Em 2022 foi a transição com a cessão de exploração da Santa Catarina e o desafio imediato da transição em continuidade e ainda as consequências da rotura mundial do óleo de girassol; em 2023 e 2024 os maiores desafios foram a falta de mão de obra disponível em São Jorge, transversal a todo o mercado regional, e o dramático aumento do preço do azeite de mais de 100%”. 

No caso da mão de obra, a solução foi recorrer a recursos humanos de Cabo Verde. Quanto ao azeite, nas conservas de atum são utilizadas, em média, 120 toneladas por ano.

O aumento do preço do azeite em virtude da fraca safra de 2023/2024 levou a mais um obstáculo a vencer. “Não podemos refletir no preço ao consumidor todo este aumento, pelo que temos de sacrificar as nossas pequenas margens. Há o desafio de um maior controlo aquando da receção de modo que a qualidade e segurança alimentar, em nenhum momento, sejam comprometidas”, enfatizam. 

Apesar de tudo, os resultados positivos são visíveis: “Os níveis de produção e crescimento estão consolidados e as nossas vendas e exposição aos mercados nacional e internacional estão a crescer a bom ritmo e a dois dígitos anuais. O nosso plano de investimentos com vista a aumentos de produtividade, otimização dos processos produtivos, capacitação dos nossos recursos humanos e também a vertente não menos importante da inovação e sustentabilidade com vista a um futuro mais ‘verde’, está em curso, nunca esquecendo o compromisso entre os recursos do presente e as incertezas do futuro".

Têm 130 funcionários e uma vasta gama de produtos: conservas de atum em azeite, óleo de girassol, tomate, ao natural e outros, nas marcas Santa Catarina, Mestre Saul, a marca de produtos “premium”, com a afamada “Ventresca”, Bonito dos Açores, Bela Aurora e Petiscada. 

Estão a lançar no mercado os patés, “que se distinguem da concorrência pelo seu sabor e textura únicas”, uma vez que desenvolvemos tecnologia própria para fabricar um paté como aquele que fazemos nas nossas casas - foi lançado na sua versão normal e picante. Além disso, estamos sempre a trabalhar em novos produtos, novas apresentações e atualizações de imagem pois a dinâmica de mercado assim o exige.


Impacto dos mercados internacionais

Olhando para o presente e futuro, há uma grande preocupação em cima da mesa: “a potencial incerteza/escassez da disponibilidade do atum dos Açores, pois esta origem é um dos fatores diferenciadores das nossas marcas, sobretudo nos mercados internacionais”. 

A presença é forte em vários continentes - mais de 30 países, incluindo Canadá, Japão, Moçambique e Lituânia – mas há ainda a vontade de chegar à Oceânia. 

As vendas no estrangeiro são responsáveis por 35% dos ganhos totais, sendo a preferência “os filetes de atum em azeite delicadamente temperados com pimenta da terra, molho cru, orégãos, alho da Graciosa, funcho, etc. embrulhados como se de um presente se tratasse e ainda os frascos de vidro com os nossos elegantes filetes de atum em azeite cortados em belíssima esquadria pelas mãos hábeis das nossas colaboradoras, sobretudo mulheres que representam 80% da nossa equipa”.


Produtos que homenageiam as ilhas

O “maior embaixador da Marca Açores no mundo” mantém o foco na diferenciação de produtos dos que já existem no mercado e a adição de valor a uma lata de atum”. 

“Hoje, estamos a lançar produtos ‘premium’ com sabores delicados, com uma apresentação ainda mais cuidada, de modo a ir buscar segmentos de consumidores que aspiram a uma maior indulgência no ato de consumo de uma conserva. Também estamos a lançar edições especiais com latas embrulhadas em aguarelas em homenagem à ilha onde nascemos, diversas apresentações que ilustram quatro locais icónicos de São Jorge e, mais recentemente, uma coleção dedicada a todas as outras ilhas açorianas; este produto já vem dar resposta à nova realidade do turismo açoriano”.

A fábrica Santa Catarina labora cerca de 1900 toneladas de atum inteiro por ano, sendo que diariamente nunca menos de oito a nove toneladas; cerca de 120 toneladas de azeite assim como muitos outros molhos, para produzirem mais de oito milhões de latas por ano.

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