Autor: Lusa/AO Online
Para a responsável das pastas da Energia, Ambiente e Turismo dos Açores, Marta Guerreiro, "é evidente o contributo que as 'low-cost' vieram dar para o crescimento do turismo dos Açores", destacando a governante um indicador que considera relevante, o aumento do número de dormidas: 25,8% em 2015 e 26,3% no ano seguinte.
Marta Guerreiro salientou que neste contributo pesou não apenas o novo modelo de acessibilidades aéreas no arquipélago, mas igualmente o crescimento do setor em Portugal e noutras partes do mundo.
"Este crescimento também teve resposta na SATA [transportadora aérea açoriana] e TAP", salientou a governante, considerando que os acontecimentos recentes envolvendo 'low-cost' "dão sinais de fragilidade e colocam dúvidas" face à eventualidade de este "modelo ser reinventado ou reajustado".
Nesse sentido, referiu que a resposta só pode ser dada com as variáveis que estão nas mãos dos Açores, a "qualificação da oferta e a notoriedade do destino".
"É nisso que temos de estar focados", adiantou, depois de questionada pela Lusa sobre as dificuldades registadas recentemente por companhias de baixo custo - a Air Berlin declarou-se insolvente a 15 de agosto, a Monarch faliu e a Ryanair suspendeu milhares de voos, por deixar de operar 25 dos mais de 400 aviões da sua frota.
A liberalização do espaço aéreo nos Açores contempla as rotas entre Ponta Delgada e Lisboa e Porto, e entre Terceira e Lisboa e Porto.
O primeiro voo de companhias aéreas de baixo custo para Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, ocorreu em março de 2015, para onde passaram a voar as companhias Ryanair e easyJet. Esta última vai abandonar a rota este mês.
Já para a Terceira, o primeiro voo da Ryanair ocorreu em dezembro do ano passado.
Segundo dados da ANA - Aeroportos de Portugal, que gere o aeroporto de Ponta Delgada, dos quase 730 mil passageiros comerciais desembarcados entre 01 de janeiro e 30 de setembro de 2017, cerca de 24 por cento viajaram em companhias 'low cost'.
A assessoria de imprensa da ANA fez saber que acompanha "com muita atenção o setor da aviação".
"A totalidade das companhias aéreas, incluindo as chamadas 'low-cost', é maior do que as que operam nos Açores e maior do que as que têm vindo a ser mencionadas recentemente nos media", referiu, considerando que "não se devem tirar ilações sobre uma tendência generalizada que afete as companhias 'low-cost'".
Para a ANA, trata-se "de ajustes e medidas de gestão diferentes para as companhias que têm vindo a ser referidas, e que têm a ver exclusivamente com os seus modelos de gestão e condições de mercado", acreditando que "o eventual efeito nas regiões em causa será absorvido e normalizado sem prejuízo do desenvolvimento a prazo dessas mesmas regiões".
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