Açoriano Oriental
Ucrânia
Presidência sueca da UE assume como prioridade apoiar “vitória existencial”

A grande prioridade da presidência sueca da União Europeia é manter a unidade dos 27 no apoio a Kiev face à invasão russa, pois a vitória da Ucrânia “é existencial para outros países europeus também”, disse o primeiro-ministro sueco.

Presidência sueca da UE assume como prioridade apoiar “vitória existencial”

Autor: Lusa/AO Online

Numa conferência de imprensa, em Estocolmo, para apresentar as prioridades da presidência sueca do Conselho da UE, iniciada a 01 de janeiro, Ulf Kristersson abordou as quatro grandes prioridades do semestre europeu – segurança, competitividade, transição ecológica e energética e valores democráticos e Estado de direito -, mas assumiu que “a prioridade de topo, por razões óbvias, é a Ucrânia”.

Apontando que, desde que a Rússia lançou a agressão militar na Ucrânia, em fevereiro de 2022, “não houve divisões”, o chefe de governo conservador sublinhou por diversas vezes a importância de preservar “o enorme ativo” que constitui a unidade na resposta à guerra, tanto dentro da UE, como entre os 27 e os Estados Unidos, e disse que o objetivo de Estocolmo é assegurar que “a União Europeia continuará unida em termos de apoio à Ucrânia e de sanções à Rússia”.

“Vamos manter o apoio à Ucrânia a todos os níveis, porque a vitória da Ucrânia é existencial para outros países europeus também”, disse então o chefe de governo.

Lembrando o pacote de ajuda de macrofinanceira à Ucrânia para o corrente ano, de 18 mil milhões de euros, acordado em dezembro pelos 27, e o apoio humanitário que tem sido prestado, Ulf Kristersson disse esperar que ainda este mês sejam tomadas “decisões” a nível de reforço de apoio militar, designadamente armamento.

Lembrando que o envio de armamento para a Ucrânia se defender da agressão russa é muitas vezes feito a um nível bilateral – e saudando os recentes anúncios feitos por Estados Unidos, Alemanha e França -, o primeiro-ministro sueco frisou que os Estados-membros da UE têm procurado responder “de forma coordenada” aos pedidos de Kiev.

“Temos uma imagem muito clara sobre o que a Ucrânia precisa, eles são muito claros relativamente às suas necessidades”, disse, adiantando então que espera que vários países europeus “tomem decisões” em breve, escusando-se todavia, pela sua parte, a revelar desde já os contributos que Estocolmo tem em mente, limitando-se a dizer que teve recentemente “uma ótima conversa” por videoconferência com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

“Confirmei-lhe que queremos fazer mais. Estamos a estudar opções, a falar com parceiros, e espero decisões em janeiro”, declarou.

Numa conferência de imprensa destinada a correspondentes de órgãos de comunicação social em Bruxelas, Ulf Kristersson iniciou a intervenção com uma mensagem destinada à população sueca, a advertir para os perigos da desinformação russa.

Reportando-se a um episódio ocorrido há poucos dias, quando declarações suas foram deturpadas por vários órgãos de informação russos, que noticiaram que Kristersson afirmara que o seu governo admitia a colocação de armas nucleares em território sueco – quando, na verdade, disse que não estando a Suécia envolvida num conflito tal cenário não era equacionado -, o primeiro-ministro advertiu para os riscos da constante “interferência russa na política interna” de outros países.

“Podemos claramente ver um padrão. Desta vez, a desinformação sobre armas nucleares, em pleno processo de adesão da Suécia e Finlândia à NATO era demasiado óbvia, mas a minha mensagem para os suecos é que estejam muito atentos. Esta desinformação é muito perigosa e exorto todos os suecos a serem cuidadosos e a não contribuírem para a propagação de ‘fake news’”, declarou.

A Suécia assumiu a 01 de janeiro a presidência semestral do Conselho da União Europeia (UE), herdando da liderança semestral checa um cenário de crise económica e energética, reflexo da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Com a generalidade dos líderes políticos e analistas a prognosticarem que o conflito na Ucrânia vai arrastar-se ao longo de 2023, a unidade dos 27 do bloco europeu na resposta à agressão militar russa à Ucrânia, que foi encarada como um dos grandes sucessos da União em 2022, está também no topo das prioridades da presidência sueca do Conselho.

Kristersson lidera um governo minoritário de direita com o apoio parlamentar dos Democratas Suecos (extrema-direita).


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