Açoriano Oriental
Porto espacial de Santa Maria “tem que acontecer para o ano”

Ricardo Conde, presidente da Agência Espacial Portuguesa, afirmou em entrevista ao DN que irá ser dado um impulso “muito significativo” ao projeto açorianos a partir do final de 2022

Porto espacial de Santa Maria “tem que acontecer para o ano”

Autor: Nuno Martins Neves

O presidente da Agência Espacial Portuguesa afirmou que o Porto Espacial de Santa Maria “tem que acontecer para o ano”. Em entrevista publicada na edição de ontem no DN, Ricardo Conde reafirma a importância do projeto na ilha açoriana e que até ao final do ano será dado um impulso “muito significativo” para que se torne uma realidade”.

“Vamos já a partir do final deste ano dar um impulso muito significativo à componente dos Açores... Eu diria que sempre houve uma interpretação pouco séria daquilo que nós estávamos a falar. Gosto sempre de dizer que os Açores, e em primeiro lugar Santa Maria, têm a possibilidade de ter um pequeno ecossistema espacial que tenha várias valências”, afirmou.

Entre essas valências, tornar a ilha do grupo Oriental um ponto de retorno dos satélites de baixa órbita. “Há vários projetos que vão ser erguidos já a partir de janeiro [2023] em Santa Maria. Estamos neste momento à espera de fazer a escritura de uma série de instalações, e iremos fazer as infraestruturas para ser um ponto de retorno do espaço. E porque é que digo de retorno, para já? Porque vamos avançar com o projeto do veículo reutilizável europeu, que vai aterrar em Santa Maria, o Space Rider”.

Ricardo Conde aponta ainda na outras direções, como os voos hipersónicos, que, diz,  “serão muito importantes para aquilo que é o futuro do transporte aéreo e espacial, os voos suborbitais, o lançamento de rockets suborbitais”.

Com isso, o presidente da Agência Espacial Portuguesa quer reafirmar a importância de instalar um porto espacial em Santa Maria, pois “o objetivo será lançar o porto espacial, a capacidade de acesso ao espaço, adaptada às características daquilo que for a procura do mercado”.

E para Ricardo Conde, a concretização do projeto açoriano “terá que  acontecer para o ano. Não vejo outra hipótese”.

Questionado sobre a importância que o porto espacial de Santa Maria terá dentro do papel que Portugal quer desempenhar na indústria espacial, o responsável máximo pela Agência Espacial Portuguesa explica que será mais uma capacidade adicional do projeto lusitano.

“Eu sei que é mais emblemático vermos um rocket subir no espaço do que estarmos sentados ao computador a receber dados de satélite. Tem outro impacto. Mas não tem o mesmo impacto em dimensão económica. Ou seja, a dimensão económica em si do porto espacial... é mais uma atividade a adicionar às várias que Portugal tem. Agora, se vai ser a galinha dos ovos de ouro, isso certamente não vai ser. É importante no sentido de afirmar uma capacidade e eventualmente no futuro se desenvolverem capacidades”.

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