Autor: Maria Andrade
André Franqueira Rodrigues alertou para o risco de a Política Agrícola Comum (PAC) se tornar uma “sigla vazia” caso “continue a ser desfigurada, subfinanciada ou convertida num mero fundo nacional”, lê-se num comunicado enviado às redações.
A intervenção ocorreu durante o debate no Parlamento Europeu sobre o futuro da PAC após 2027, com a presença do Comissário Europeu para a Agricultura, Christophe Hansen.
Responsável pelo processo de simplificação da PAC no Parlamento, o eurodeputado socialista açoriano defendeu uma reforma que valorize o trabalho de quem vive da terra.
“Desfigurar a PAC é pôr em causa o rendimento de milhões de produtores e suas famílias, a nossa segurança alimentar e a coesão territorial”, afirmou na ocasião.
A discussão aconteceu a poucos dias da apresentação da proposta da Comissão Europeia para o próximo Quadro Financeiro Plurianual (QFP), num momento marcado por incertezas e rumores sobre alterações profundas na política agrícola europeia.
Franqueira Rodrigues apelou a um orçamento justo e estável para a PAC, indexado à inflação, alertando que cortes “encapotados” colocam em risco a sustentabilidade do setor.
Criticou ainda a tentativa de transferir para a PAC “todo o peso da transição justa”, advertindo que “a PAC não pode ser usada como bode expiatório para outros falhanços das políticas europeias”.
“Não pode suportar sozinha o impacto da transição ecológica nem abandonar os produtores vítimas das alterações climáticas”, reforçou.
O eurodeputado açoriano destacou ainda a importância de proteger pequenos e médios agricultores, promover a renovação geracional e reforçar programas como o POSEI, essencial para regiões ultraperiféricas como os Açores.
“A
Comissão não se deve nem iludir, nem procurar iludir outros. Menos
regras com menos apoios tem apenas um nome: desresponsabilização”,
afirmou.