Açoriano Oriental
Oposição da Ucrânia acusa Presidente de censura e admite usar os tribunais

A oposição ucraniana anunciou que vai "acusar constitucionalmente" o chefe de Estado, Volodymyr Zelenski, em resposta às sanções impostas contra o deputado Taras Kozak e que incluem censura a três canais de televisão de que é proprietário.  


Autor: Lusa/AO online


"Iniciamos os procedimentos para apresentar uma acusação constitucional contra o Presidente Zelenski, que enganou os eleitores do país", disse no Parlamento, o deputado Vadin Rabinovich, da direção do partido Plataforma pela Vida.

Segundo o deputado, trata-se da primeira vez na história da Ucrânia que se censuram "ao mesmo tempo três importantes canais (de televisão)".

Rabinovich anunciou ainda que na próxima reunião extraordinária do partido da oposição vai ser definida a estratégia a tomar no sentido de uma moção de censura.

O chefe de Estado assinou na terça-feira um documento do Conselho de Segurança Nacional e de Defesa sobre Taras Kozak, apesar das reticências do presidente do Parlamento ucraniano, Dmitri Razumkov.

As sanções afetam pessoalmente Kozak, aliado do político pró russo ucraniano Victor Medvedchuk, presidente do Conselho da Plataforma pela Vida, um partido político ligado ao Kremlin.

Kozak está também ligado a oito empresas de comunicação social, nomeadamente as cadeias de televisão 112-TV, NewsOne e ZIK.

O Governo considera estes canais de televisão como uma ferramenta de propaganda russa na Ucrânia.

O Presidente ucraniano afirmou hoje, através da rede social Twitter, que "as sanções foram uma decisão difícil" e que o "país apoia a liberdade de expressão", mas qualificou os canais censurados como meios de "propaganda financiados por um país agressor".

"A luta pela independência é uma luta na guerra da informação, pela verdade e pelos valores europeus", disse.

O líder da Plataforma já anunciou que vai recorrer contra a decisão do chefe de Estado.

"Os nossos juristas já estão a estudar o caso e vamos apelar, começando pelos tribunais de primeira instância, até chegarmos ao Tribunal Supremo", afirmou em declarações à Interfax.

Medvedchuk acrescentou que as sanções pretendem "limpar o setor da informação" e travar a queda de popularidade que o Presidente regista nas sondagens.

O dirigente da oposição acusou o presidente de não querer resolver os problemas que o país enfrenta, como o conflito no leste da Ucrânia, o aumento dos preços do gás, a falta de vacinas contra a covid-19 ou as restrições ao uso da língua russa.

Zelenski assumiu o poder em 2019 após vencer as eleições com 73% dos votos tendo partido a que pertence - Em Serviço pelo Povo - superado os 43% nas eleições legislativas.

Neste momento, uma sondagem do Instituto Internacional de Sociologia de Kiev (KIIS), Zelensky tem a confiança de 35,6% dos cidadãos, mas as intenções de voto no partido no poder caíram para a segunda posição (11,9%) atrás da força de Medvedchuv (15,7%).


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