Autor: Nuno Martins Neves
É um dos locais mais idílicos da ilha de São Miguel, visitado por turistas e locais, que não fazem caso do facto do porto de Santa Iria estar interdito e fechado ao trânsito.
O local, situado na freguesia da Ribeirinha, concelho da Ribeira Grande, carece de obras, mas o concurso público para a empreitada de reabilitação e proteção marítima, lançado em julho de 2023 pelo Governo Regional dos Açores, foi anulado em março deste ano, depois do único concorrente ter sido excluído, por não cumprir com o previsto no caderno de encargos.
Para o presidente da Junta de Freguesia, foi como se tivessem despejado um balde de água fria.
“Muito sinceramente, como presidente de junta é muito frustrante, tenho toda a população indignada”, explica Marco Furtado ao Açoriano Oriental.
O
autarca lembra que esta é uma batalha que a freguesia trava há quase 20
anos: em 2005, revela Marco Furtado, foi apresentado um projeto à Câmara
Municipal daRibeira Grande, “mas foi considerado impensável fazer uma
obra no valor de 200 mil euros. Ora, o concurso público que foi lançado
no ano passado ascende aos 4,8 milhões de euros”.
Apesar da promessa
da secretária regional do Turismo Mobilidade e Infraestruturas (ver peça
em baixo) para o lançamento de um novo concurso, o presidente de junta
expressa preocupação com a demora.
“O que nos deixa preocupados é o tempo, ainda não temos data oficial para o lançamento do novo concurso público. Sendo uma obra de valor elevado, a rondar os 4 milhões de euros, duvidamos que ainda seja iniciada este ano”, diz.
A segurança do local também é motivo de apreensão, pois “apesar do porto estar interdito e fechado ao trânsito, continuam a ir dezenas de locais e turistas a frequentar aquele espaço. Ficamos com essa preocupação se acontecer algo”.
Marco Furtado diz que aquele é um ponto de interesse turístico e que deve haver o cuidado de o colocar nas melhores condições, até porque “nem todas as freguesias têm lagoas ou termas, mas todas as freguesias têm algo peculiar e que as distingue”.
Por
último, o presidente confessa que só acredita na obra “no dia em que o
auto de consignação for assinado e as máquinas estiverem no local”.