Açoriano Oriental
Obra assinala bicentenário do nascimento de José do Canto em Ponta Delgada

A obra “A Biblioteca de José do Canto: o Homem ao espelho dos seus livros e manuscritos”, uma "figura incontornável do oitocentismo micaelense", é lançada na quinta-feira, em Ponta Delgada, assinalando o bicentenário do seu nascimento.

Obra assinala bicentenário do nascimento de José do Canto em Ponta Delgada

Autor: Lusa/AO Online

A obra, que assinala o bicentenário do nascimento de José do Canto, vai decorrer na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada (BPARPD), na ilha de São Miguel, que tem à sua guarda a biblioteca particular do homenageado.

José do Canto nasceu em São Miguel a 20 de dezembro de 1820, tendo falecido a 10 de Julho de 1898.

Foi sepultado na igreja de Nossa Senhora da Vitória, que fez edificar nas margens da Lagoa das Furnas, em São Miguel.

A livraria de José do Canto, que está disponível para consulta, conta como "uma das mais valiosas entre aquelas que formam o acervo documental da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada.

A Direção Regional da Cultura adianta, numa nota enviada às redações, que esta nova edição, que será apresentada na quinta-feira, é coordenada por Carlos Guilherme Riley, com artigos de Isabel Soares de Albergaria, Leonor Sampaio da Silva, Madalena San-Bento, Maria do Céu Fraga, Pedro Pascoal de Melo e Pedro Maurício Borges, "autores que, no decurso das suas pesquisas, recorreram a fontes de informações e documentos desta biblioteca particular".

Os demais artigos são da autoria de Catarina Pereira, Francisco Silveira, Iva Matos Cogumbreiro e Pedro Pacheco de Medeiros, bibliotecários e arquivistas da BPARPD, "cujos contributos trazem diferentes olhares sobre os bastidores deste património bibliográfico e arquivístico" à guarda da instituição.

De acordo com informação disponibilizada na página da internet da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, José do Canto "ficou conhecido pela sua paixão pela obra camoniana, a qual estudou e colecionou as mais variadas edições".

Também dedicou parte do seu tempo ao estudo e investigação de outros poetas do século XVI.

"É uma figura incontornável do oitocentismo micaelense, que marca uma geração de grande relevância para os Açores em conjunto com os seus irmãos Ernesto e Eugénio do Canto. Benemérito da sua ilha natal, foi presidente da Junta Geral do Distrito, um dos fundadores da Sociedade Promotora de Agricultura Micaelense, e responsável pela criação do Jardim Botânico José do Canto, localizado em Ponta Delgada, além de ter sido impulsionador da cultura do ananás e do chá ao ar livre", sublinha também a nota da Direção Regional da Cultura.

Foi também "uma das figuras centrais para a construção da doca do porto de Ponta Delgada", assinala.

De acordo com a Biblioteca, "além de pequenos opúsculos de interesse local, escreveu: Calendário Rústico, 1851; Centenário de Camões. Catálogo da coleção camoniana exposta na Biblioteca de Ponta Delgada, 1880; Coleção Camoniana, 1895; Tarde e noite de Maio (novela inédita) e muitos artigos de valor no Agricultor Micaelense, que fundou.

A sua livraria "conta como uma das mais valiosas entre aquelas que formam o acervo documental" da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, "quer pela raridade das espécies bibliográficas, quer pela sua coleção camoniana, considerada a 2ª a nível nacional".

"Esta livraria foi adquirida pela Junta Geral, por escritura celebrada a 22 de maio de 1946", lê-se ainda na página da internet da instituição.

A Livraria de José do Canto "tem cerca de 16000 títulos que cronologicamente vão desde o século XV ao século XIX e as temáticas que abarca são inúmeras", refere a Biblioteca, destacando o facto de conter "2 incunábulos e livros de Tipografia Portuguesa do século XVI, que podem ser considerados como um dos conjuntos de espécies bibliográficas de maior raridade que se encontram na instituição, nomeadamente a 1ª edição de Os Lusíadas, datada de 1572".

Possui, ainda, "606 títulos de publicações periódicas e mais de 1500 cartas, pelas quais nos podemos aperceber do cuidado que tinha na administração das suas propriedades, assim como, o seu relacionamento com livreiros e alfarrabistas das principais capitais europeias", refere ainda.

A Secretaria Regional da Cultura, da Ciência e Transição Digital, por via da Direção Regional da Cultura (DRC), através da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada (BPARPD) organizam na quinta-feira pelas 18:00 locais (19:00 em Lisboa), a cerimónia de lançamento da obra “A Biblioteca de José do Canto: o Homem ao espelho dos seus livros e manuscritos”.


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