Autor: Susete Rodrigues/AO Online
Com sete casos positivos de Covid-19 na ilha de São Jorge, a população do concelho da Calheta encontra-se apreensiva, embora tentando viver o dia-a-dia com alguma tranquilidade porque a possibilidade de virem a existir mais casos “são questões que estão a ser tratadas com todo o cuidado pela Autoridade de Saúde Regional”, disse Décio Pereira, presidente da Câmara Municipal da Calheta de São Jorge.
Segundo o autarca, “é notório e visível que as ruas das nossas freguesias estão desertas. Só vemos aquelas pessoas que têm que ir comprar algum bem essencial, ir à farmácia ou têm a necessidade de irem a alguma instituição bancária”, frisando que “há de facto uma acalmia evidente e isso faz-nos lembrar, se calhar, os tempos dos nossos pais e avós em que não tínhamos grandes facilidades de transporte e não existia grandes deslocações ao concelho”.
Os serviços autárquicos são mínimos, os
restaurantes e bares estão encerrados, o que demonstra que todos
acataram “as recomendações das entidades e estamos a cumprir com muito
civismo o que nos é proposto”, afirmou Décio Pereira.
Contudo, o presidente da autarquia da Calheta sublinha que “no nosso caso particular somos uma zona de muita lavoura, de muita atividade leiteira e naturalmente que essas pessoas continuam a fazer a sua vida porque têm que a fazer, mas também estes estão a cumprir as medidas de prevenção”.
Se
na passada semana houve uma corrida aos supermercados, hoje isso já não
vê. O abastecimento à ilha está a ser realizado como dantes e “não vejo
sinais de ruturas. O Governo Regional tem estas questões asseguradas.
Tenho que dizer que no início notou-se uma maior afluência das pessoas
aos supermercados mas agora já entenderam que não há essa necessidade,
não há ruturas de stock e agora estão a fazer as suas compras com
normalidade”.
Sobre os aeroportos da Região estarem ou não encerrados, Décio Pereira, recorda que “há toda uma atividade económica que não pode parar. As pessoas que estão mais envolvidas nessa atividade económica, direta ou indiretamente, têm que ter a devida prudência no exercício dessa atividade, mas sem isso também não vai haver vida depois do coronavírus nos Açores e temos que ter isso em atenção”.
Décio Pereira acrescenta ainda que “os serviços mínimos têm que ser mantidos e isso está assegurado pelo executivo”.
O
autarca da Calheta deixa, por fim, uma mensagem de que “estamos num
tempo diferente e a democracia não é só direitos, é também obrigação e
as obrigações estão nesse momento no seu patamar mais elevado, que é a
salvaguardar a sobrevivência humana”.