Açoriano Oriental
Governo da Madeira evoca revolta de 1931 e diz que autonomia ainda não é plena

As conquistas da autonomia na Madeira “ainda não são plenas” e persistem “condicionantes limitadoras” da sua afirmação, indicou o Governo Regional, nas comemorações do 91.º aniversário da Revolta da Madeira, ocorrida em 04 de abril de 1931.

Governo da Madeira evoca revolta de 1931 e diz que autonomia ainda não é plena

Autor: Lusa/AO Online

“Todos os anos assinalamos um momento que faz parte da história da região, em que se procurava já afirmar os nossos princípios autonómicos, e não devemos perder as nossas memórias, até porque essas conquistas ainda não são plenas”, disse o secretário da Educação, Jorge Carvalho.

O governante falava no ato comemorativo da Revolta da Madeira, em que as autoridades regionais – Assembleia Legislativa, Governo Regional e Câmara Municipal do Funchal – depositaram ramos de flores no monumento que evoca a sublevação, na Rotunda do Largo Charles Conde de Lambert, nos arredores da capital madeirense.

“Existem ainda situações que a população da Região Autónoma da Madeira procura otimizar”, disse Jorge Carvalho, reforçando que “assinalar os 91 anos da Revolta da Madeira é relembrar também essas condicionantes que ainda hoje são limitadoras” da afirmação enquanto povo.

O secretário da Educação participou na cerimónia em representação do presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, que se encontra ausente da região, em visita aos Estados Unidos da América.

Jorge Carvalho apontou como exemplo das condicionantes da afirmação da autonomia questões como a revisão da Lei das Finanças Regionais, o princípio da continuidade territorial e o exercício das funções da República no arquipélago.

“Nós continuamos a manter uma dialética de afirmação da autonomia, mas também da população da região naquilo que é o desempenho de uma atividade que se quer plena na sua cidadania”, declarou.

O governante insular disse ainda que o aprofundamento da autonomia é um processo “contínuo” e “evolutivo”, vincando que a evocação da Revolta da Madeira é também uma forma de afirmar esses princípios.

A efeméride lembra o levantamento militar contra o governo da ditadura nacional, iniciado na madrugada de 04 de abril de 1931, envolvendo forças do Destacamento de Caçadores 5, Metralhadoras 1, Regimento de Infantaria 13 e Artilharia 3.

Este movimento contra o regime do Estado Novo de Oliveira Salazar foi liderado por militares que se encontraram deportados na região e durou cerca de um mês.

Os revoltosos destituíram as autoridades militares e civis da ilha e nomearam uma Junta Governativa, liderada pelo general Sousa Dias.

A sublevação na Madeira foi a primeira contra a ditadura nacional e gerou revoltas semelhantes nos Açores e na Guiné, tendo sido debelada com a intervenção de um contingente militar e naval enviado do continente.

Dois meses antes da revolta militar tinha já ocorrido um levantamento popular, denominado Revolta da Farinha, contra medidas económicas e financeiras, nomeadamente um decreto de Salazar que impunha a centralização estatal do comércio de cereais.


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