Autor: Susete Rodrigues/AO Online
Segundo nota de imprensa, o filme reflete a "nossa relação e conflito com o meio ambiente no dia a dia. Através da vida de seus habitantes, tradições e mistérios de várias ilhas no arquipélago, surge a exploração espiritual da natureza".
A nota explica que tudo começou com uma residência artística na MiratecArts, em novembro de 2018, altura em que Toma Zidic descobriu os Açores "através do concurso para um programa de Residência Artística no festival Montanha".
"O que me intrigou foi o título 'O caso da Atlântida'. Hoje, depois de mais de três anos de dedicação a esta história, admito que foram os Açores que me descobriram e ao mesmo tempo convidaram-me, um chamado espiritual profundo que eu precisava atender".
Além da história e do esqueleto etnológico e antropológico, o artista estava profundamente interessado em construir uma linguagem sutil e poética com os elementos da natureza. “A investigação foi extensa e graças à professora Nikica Talan - maior especialista croata em estudos portugueses - consegui mergulhar na história e tradições dos Açores,” disse o cineasta citado na mesma nota.
No entanto, a maior surpresa para o cineasta aconteceu alguns dias depois da sua chegada à ilha, mesmo antes de começar a filmar: "No 1º dia de janeiro de 2020, logo após a meia-noite, fui dar um passeio e senti uma imensa vontade de ver o oceano. Caminhei do centro da freguesia da Candelária até ao Guindaste. Havia um poste iluminando a estrada. Tudo atrás dele estava escuro, mas podia-se ouvir o vento soprando e o oceano. Decidi seguir o rumo. Quando descobri que estava caminhando sobre as rochas de lava, senti uma onda de energia que tomou conta de mim", disse para acrescentar que "no caminho de volta a casa, escorreguei e decidi caminhar descalço. Foi naquele momento que todas as minhas pesquisas foram para o lixo e resolvi seguir meu coração. Ao longo dos meses seguintes e no ano seguinte, na minha segunda visita, o filme moldou-se nesse formato, a partir do coração”.
Saliente-se que o filme vai ser apresentado em várias ilhas incluindo o Teatro Faialense, na ilha do Faial e o Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira ainda este mês, e depois segue para festivais internacionais.