Açoriano Oriental
Covid-19
“É preciso afinar o procedimento de controlo nos aeroportos”

Manuel Avelar, presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa refere que a ilha está a retomar à normalidade aos poucos. O autarca adianta que deve-se manter o controlo na entrada de passageiros nos aeroportos mas o processo deve ser agilizado.

“É preciso afinar o procedimento de controlo nos aeroportos”

Autor: Susete Rodrigues/AO Online

A ilha Graciosa já reabriu todos os seus serviços administrativos e municipais à população?
Ainda não estamos a 100%, mas muitos dos serviços já reabriram como os do Estado, mas só por marcação. Estão a trabalhar praticamente à porta fechada. Os serviços da administração regional e os da autarquia estão a funcionar de porta abertas com as devidas regras de proteção, ou seja, com o uso de máscara, com o cumprimento dos distanciamentos. Aliás na entrada da Câmara Municipal de Santa Cruz tem um colaborador que fornece uma máscara para quem tenha que vir e não a tenha. Também fizemos algumas mudanças internas nos espaços da autarquia para melhor acessibilidade ao público, colocamos acrílicos, sinalética e penso que as pessoas estão a adaptar-se.

No que diz respeito a creches e escolas, como foi o regresso?
A Creche, Jardim-de-infância e CAO da Santa Casa da Misericórdia de Santa Cruz da Graciosa já reabriu com as normas impostas. A Escola Básica e Secundaria da Graciosa também abriu mas só para os alunos do 11o e 12o anos e tem estado a funcionar bem até porque o número de alunos aqui na Graciosa a frequentar as aulas presenciais são muito poucos. Devo dizer que a autarquia sempre esteve em contacto com o Conselho Executivo da escola quando começou as aulas online e a telescola, na primeira semana foi um pouco mais difícil para adaptação dos professores e alunos mas agora está tudo a correr bem.

Em termos de retoma a essa nova normalidade, vê-se mais movimento da população nas ruas?
Já se vê muita gente. Quando digo muita gente falo à nossa dimensão, até porque somos cada vez menos na ilha. Por exemplo, algumas pessoas já saem de casa e, para além de irem às compras ou à farmácia, já vão tomar um café, claro que entram de máscara.
Penso que com calma e devagar estamos a encaminhar para um bom regresso, embora as pessoas se preocupam um pouco porque vamos passar um verão totalmente diferente, não há festas e também estamos a aguardar para saber quais os procedimentos a tomar em relação às zonas balneares, isso para podermos aproveitar da melhor maneira e dentro das nossas especificidades o verão. De uma forma geral já se vive na ilha de outra forma.

A restauração e hotelaria na Graciosa já retomaram as suas atividades?
A restauração reabre a partir desta semana, houve aqui um tempo para que os empresários se adaptassem às novas normas. Por outro lado, certamente que os empresários dos cafés e restaurantes vão apostar, este verão, nas esplanadas – até porque não é nada agradável estarmos em espaços fechados com máscara - e desta forma a Câmara Municipal não irá cobrar as taxas de ocupação dos espaços das esplanadas para facilitar um pouco o nosso comércio.

Os eventos organizados pelo município foram cancelados. As verbas que lhes estavam destinados vão ser canalizados para o apoio social?
Vamos dividir as verbas que estavam destinadas aos eventos. Por um lado, está em consulta público um Fundo de Emergência Social que foi criado pelo município; vamos canalizar algumas dessas verbas para as nossas quatro Juntas de Freguesias e vamos também apoiar as nossas coletividades, temos mais de 30 coletividades.

A operação de passageiros interilhas da SATA Air Açores já retomou, é uma situação que o preocupa?
Neste momento não temos nenhum caso positivo de Covid-19, a ilha está livre mas claro que há preocupações com o recomeço dos voos interilhas. No entanto, temos que ser confrontados com essa realidade porque não podemos viver eternamente fechados. A responsabilidade - e é o que pedimos nos nossos munícipes - é que cada um seja responsável por si e pela comunidade onde está.

Na sua opinião, o controlo que é realizado à chegada aos aeroportos de Ponta Delgada e Terceira, devem manter-se?
O controlo deve continuar mas as regras têm de ser mais claras porque - cada caso é caso - mas vamos ouvindo relatos de pessoas que vieram de Lisboa e que ainda estão em Ponta Delgada, que não realizaram o teste no dia que chegaram e tiveram vários dias sem o fazer. Penso que há qualquer coisa que está a funcionar menos bem. Na minha opinião é preciso afinar um pouco este procedimento, o controlo deve ser feito à chegada ou a Ponta Delgada ou à Terceira mas tem de ser mais rápido para que as pessoas esperem menos tempo numa destas duas ilhas, para regressarem à sua ilha.

Falou-se de uma outra preocupação na ilha que é a chegada de areia à Graciosa. Nesse momento como se encontra o abastecimento de areia?
Realmente foi uma preocupação a chegada de areia para a construção civil. Para uma ilha pequena como a nossa, a existência de areia é muito importante e estivemos uma temporada relativamente grande sem areia, mas entretanto o barco já chegou e tem estado a descarregar. Esse abastecimento é muito importante para a nossa economia. Nesse momento estamos servidos e bem.

O Governo dos Açores anunciou a criação de uma nova rota marítima que irá servir a ilha Graciosa este verão, em virtude do cancelamento da operação sazonal de passageiros da Atlânticoline, em que a Graciosa ficaria sem ligações às restantes ilhas do Grupo Central. Está satisfeito com a ‘Linha Branca’ que foi criada?
Temos que dizer que a proposta é boa, ainda bem que da discussão nasce a luz. Os graciosenses estão satisfeitos com as duas viagens ao Grupo Central, às segundas-feiras e às sextas-feiras. A viagem começa no Faial, passando pelo Pico, São Jorge, Graciosa e Terceira. A nossa preocupação era podermos escoar os nossos produtos, principalmente de 15 de julho a 15 de setembro porque é um período muito importante para o escoamento dos nossos produtos de verão. ♦










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