Autor: Lusa/AO Online
Os cursos de excelência,
assim designados por terem mais candidatos em primeira opção com nota
igual ou superior a 17 valores, terão este ano 4.468 vagas, mais 432 do
que no ano passado, segundo dados divulgados hoje pela Direção-Geral do
Ensino Superior (DGES). A maioria destes
cursos encontra-se nas universidades do Porto e de Lisboa, mas também há
outros um pouco por todo o país, desde a Universidade do Minho, a
Aveiro ou Coimbra. Há vários anos que estes
cursos, que deixam de fora muitos alunos com médias bastante elevadas,
não podem reduzir o número de vagas e até lhes é permitido aumentar.
Este ano, o crescimento é de 10,7%. Outra
das áreas em que a legislação impõe, no mínimo, a manutenção de vagas
nos concursos nacionais são os cursos que visam as competências
digitais: Este ano os alunos terão 9.414 vagas (mais 59 do que em 2024),
segundo dados da DGES. O despacho assinado
pelo ministro da Educação, Fernando Alexandre, veio definir que os
cursos de Medicina e formação de professores, que podiam aumentar até
10% a oferta, passam a ter como limite máximo de admissões o valores
acreditados pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior
(A3ES). No caso das vagas dos cursos de Educação Básica há um aumento de 20,5%, com 1.197 lugares para quem queira vir a ser professor. Já
os cursos de Medicina mantêm o valor do ano passado para o Regime Geral
de Acesso, com as mesmas 1.594 vagas, aumentando-as apenas nos regimes e
concursos especiais, com mais 130 lugares, sendo mais de metade para
alunos estrangeiros. Em janeiro, o Governo
introduziu a possibilidade de fixação de vagas para estudantes
internacionais e foram agora abertos 86 lugares para estudantes
estrangeiros nos cursos de Medicina. Das
onze instituições que neste momento disponibilizam vagas para os cursos
de Medicina, através dos vários regimes de acesso, apenas as
universidades de Aveiro, Açores e Madeira mantiveram o número
inalterado, quando comparado com o ano passado. Todas
as outras aumentaram as vagas, com a Universidade do Porto e a
Universidade Nova de Lisboa a destacarem-se pela positiva,
disponibilizando agora, respetivamente, mais 26 e 25 vagas do que em
2024. Os dados divulgados pela DGES
mostram ainda que há este ano 43 vagas para o 1.º ano da licenciatura do
curso de Ciências Policiais do Instituto Superior de Ciências Policiais
e Segurança Interna. Já no que toca ao
ensino à distancia, há 2.843 lugares, segundo os dados oficiais, não
estando incluídas as vagas da Universidade Católica Portuguesa. Este
ano há mais de 55 mil vagas nas instituições públicas, o que representa
um aumento de 643 lugares. Olhando para todas as universidades e
politécnicos públicos, destacam-se o Instituto Politécnico do Porto, com
um aumento de 172 vagas face ao ano passado, e o Instituto Politécnico
de Bragança, com mais 122 vagas. Já olhando
para as instituições que mais reduzem o número de vagas, surgem a
Universidade de Évora, com menos 132 lugares do que no ano passado, e a
Universidade de Aveiro, menos 94. Entre as
instituições privadas que este ano disponibilizam quase 19 mil lugares
(mais 902 do que em 2024), a que regista o maior aumento é a
Universidade Europeia, com mais 210 vagas, seguindo-se a Universidade
Lusíada, mais 111, e a Lusófona, com mais 100 vagas em relação ao ano
passado. Os dados divulgados hoje têm
também as vagas de cinco instituições que foram chumbadas pela Agência
de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES). Em
outubro do ano passado, a A3ES decidiu não acreditar a Escola Superior
de Atividades Imobiliárias, o Instituto Superior de Administração e
Línguas, o Instituto Superior de Estudos Interdisciplinares e
Transdisciplinares de Almada, o Instituto Superior de Serviço Social do
Porto e o Instituto Superior Miguel Torga. No
entanto, a DGES divulga hoje as vagas de cada uma delas para o próximo
ano, tendo em conta que essas instituições instauraram providências
cautelares com vista à suspensão da eficácia do ato de não acreditação. Por
isso, explica a DGES, “até respetiva decisão judicial, encontram-se
suspensos os atos de não acreditação da A3ES, não podendo a tutela atuar
noutro sentido que não seja o da divulgação das vagas fixadas para
esses estabelecimentos”. Todas as
instituições, à exceção do Instituto Superior Miguel Torga, mantêm
inalterado o número de vagas: a Escola Superior de Atividades
Imobiliárias terá 124 lugares como em 2024, o Instituto Superior de
Administração e Línguas terá 337, o Instituto Superior de Estudos
Interdisciplinares e Transdisciplinares de Almada abre 165 vagas e o
Instituto Superior de Serviço Social do Porto outras 135. Já o Instituto Superior Miguel Torga anuncia que irá ter mais dez vagas, passando a disponibilizar 470 lugares.