Autor: Lusa/AO Online
No decreto publicado em Diário Oficial da União, Jair Bolsonaro indicou que essas atividades podem funcionar durante a pandemia se forem obedecidas as determinações do Ministério da Saúde. Contudo, o ministro da Saúde do Brasil, Nelson Teich, declarou à imprensa não ter conhecimento da norma decretada pelo chefe de Estado.
"Se for criado um fluxo que impeça que as pessoas se contaminem, se criarem condições e pré-requisitos, você pode trabalhar (...). Agora, tratar isso como essencial, é um passo inicial, que foi decisão do Presidente. Não passou pelo Ministério da Saúde. Não é uma decisão nossa. É atribuição do Presidente", afirmou Teich em conferência de imprensa.
O Presidente ampliou assim um decreto editado na semana passada, que já incluía construção civil e atividades industriais como atividades essenciais.
Antes da publicação oficial do decreto, Bolsonaro, um forte crítico das medidas de isolamento social para travar a pandemia, adiantou à imprensa que iria incluir essas categorias, justificando que está em causa mais de "um milhão de empregos".
"Essas três categorias juntas dão mais de um milhão de empregos. Pessoal, vou repetir aqui, vou apanhar de novo, mas a questão da vida tem de ser tratada paralelamente à questão do emprego", advogou o chefe de Estado.
Questionado pela imprensa se os decretos sobre atividades essenciais seriam uma tentativa de contornar as decisões de governadores e prefeitos sobre distanciamento social, Bolsonaro negou, salientando que "saúde é vida".
"Eu não burlo nada. Se me estão a acusar disso, desculpem, mas estão equivocados. Saúde é vida. Quem está em casa, agora como sedentário, por exemplo, está a aumentar o seu colesterol, problema de stress, muitos problemas acontecem. Se a pessoa puder ir num ginásio, logicamente, de acordo com as normas do Ministério da Saúde, vai ter uma vida mais saudável", argumentou o mandatário, citado pelo portal de notícias G1.