Açoriano Oriental
BE quer ouvir Governo dos Açores e instituto espanhol sobre estação geodésica das Flores

O BE/Açores revelou que quer ouvir o Governo Regional e o Instituto Geográfico Nacional de Espanha no parlamento regional para esclarecer o futuro da estação da Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais (RAEGE) na ilha das Flores.

BE quer ouvir Governo dos Açores e instituto espanhol sobre estação geodésica das Flores

Autor: Lusa/AO Online

Em comunicado, o partido esclarece que a proposta de audição do Governo Regional, do Instituto Geográfico Nacional de Espanha e da associação RAEGE-AZ foi entregue com caráter de urgência ao presidente da Comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa Regional e vai ser votada numa próxima reunião.

O pedido surge depois de, na semana passada, o subsecretário regional da Presidência do governo açoriano ter divulgado que os parceiros internacionais dos Açores na RAEGE perderam o interesse na estação geodésica nas Flores, pelo que o investimento terá de ser feito pela região.

“Nas Flores, a região pretende aumentar as funcionalidades dentro das possibilidades financeiras, porque não há interesse dos parceiros internacionais na ilha das Flores. Terá de ser a região a assegurar, sozinha, o aumento das capacidades da estação da ilha das Flores”, indicou, no plenário da Assembleia Legislativa realizado na Horta.

“Perante as recentes declarações do subsecretário regional da Presidência, que pôs em causa a concretização da estação das Flores da RAEGE, o BE quer esclarecimentos no parlamento sobre o futuro deste projeto e particularmente sobre o investimento na estação das Flores”, justifica o partido, destacando que o “investimento será importante para fixar jovens altamente qualificados na ilha”.

Para o BE, a estação RAEGE das Flores é fundamental para que o projeto cumpra o seu propósito, já que será a única situada na placa norte-americana.

A sua construção, diz, “é um compromisso assumido pela região e é uma contrapartida pelo investimento já realizado por Espanha na ilha de Santa Maria”.

“O projeto RAEGE teve início com a assinatura de um protocolo entre o Governo dos Açores e o Instituto Geográfico Nacional de Espanha, que aponta um investimento total de 25 milhões de euros, distribuídos da seguinte forma: 20 milhões da responsabilidade de Espanha, cinco milhões da responsabilidade dos Açores”, descreve.

O BE assinala que entre as responsabilidades dos Açores estão os investimentos necessários para a construção da estação nas Flores.

“Por isso, o BE considera importante ouvir todos os intervenientes, de forma a que fiquem claras as responsabilidades assumidas por cada entidade e se houve alguma mudança de estratégia ou de objetivos que possam ter levado à alegada falta de interesse na estação da ilha das Flores”, justifica.

O RAEGE, recorda a estrutura partidária, consiste na construção, instalação e exploração de quatro estações geodésicas fundamentais: duas em Espanha (Yebes e Gran Canária) e duas nos Açores (Santa Maria e Flores).

Para gerir e coordenar a participação do arquipélago português neste projeto foi criada a Associação RAEGE-AZ.

De acordo com informação da página da internet da RAEGE-AZ, os equipamentos que são instalados nas estações do projeto “fornecem uma infraestrutura geodésica necessária para a monitorização do planeta terrestre capaz de fornecer dados de alta precisão para a comunidade científica, que permitam quantificar as mudanças no espaço e no tempo do nosso planeta”.

“As observações permitem mapear e monitorizar as mudanças na forma, rotação e distribuição de massa da Terra, contribuindo para a atualização dos referenciais terrestres internacionais (ITRF) e assim ser possível estudar questões de relevo como as associadas às alterações climáticas, estimativas na variação do nível médio das águas do mar, etc.”, acrescenta.

A estação da ilha de Santa Maria da Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais foi inaugurada em maio de 2015 tendo em vista a realização de estudos com aplicações em áreas como a proteção civil ou a indústria espacial.

Na ocasião, a estação da ilha de Santa Maria era uma das quatro estações previstas e a segunda a entrar em funcionamento, depois de ter sido inaugurada a de Yebes, Gualajara, Espanha.

Previa-se, então, que a terceira estação ficasse no arquipélago das Canárias – o equipamento está em construção - e a quarta na ilha das Flores, com conclusão prevista para 2017, segundo informação revelada em 2015 à agência Lusa pelo Governo Regional açoriano.


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