Autor: Lusa/AO Online
A SATA vai enfrentar uma “batalha duríssima com Bruxelas, que tem sobre esta matéria uma visão bastante ortodoxa, que dificilmente aceita apoios de acionistas públicos às suas empresas”, afirmou.
O dirigente do Bloco integrou na quinta-feira o grupo de partidos com assento parlamentar que acompanharam o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, em Ponta Delgada, na apresentação das linhas orientadoras do plano de reestruturação da SATA por parte do conselho de administração da empresa.
Para António Lima, o Estado português e a região “têm que ter aqui um papel de luta constante e decisivo para defender a SATA e o seu futuro", porque a empresa "tem um papel fundamental e imprescindível na região”.
A Comissão Europeia deu, em agosto de 2020, ‘luz verde’ a um auxílio estatal português de 133 milhões de euros à transportadora aérea açoriana SATA, mediante a apresentação de um plano de reestruturação.
António Lima afirmou, por outro lado, que, “quando os governos e as administrações gerem mal a coisa pública, não podem ser sempre os trabalhadores a pagar”.
Referindo-se aos cortes salariais, disse que, apesar de “serem menores do que se esperava" são, ainda assim "cortes que se lamentam”.
O dirigente defendeu que, no âmbito da prestação do seu serviço público, a SATA “deve ser devidamente compensada”, não podendo “deixar de ser paga para isso”.
O plano de reestruturação da transportadora açoriana SATA prevê o regresso aos lucros em 2023, com o presidente da administração da empresa a mostrar confiança em que, a partir desse ano, a operação seja "sustentável".
"Se conseguirmos concretizar tudo como temos planeado, por um lado, e se não houver um agravamento das condições pandémicas ou outras coisas quaisquer que possam vir a surgir, as iniciativas confluem para que 2023 seja, de facto, um ano de inversão e a operação se torne sustentável a partir daí", declarou na quinta-feira Luís Rodrigues.
No plano, é estimada para este ano uma perda de 28 milhões de euros, em 2022 o resultado deverá andar perto do zero e, em 2023, já são admitidos lucros na casa dos 23 milhões de euros.
O plano de reestruturação da transportadora prevê, até 2025, poupanças totais de 68 milhões de euros.
Luís Rodrigues adiantou os "quatro pilares" que levarão às referidas poupanças: a reestruturação da frota, a eficiência operacional, a negociação com fornecedores e a agilização do trabalho.
Na agilização do trabalho, Luís Rodrigues incorporou campos como a redução salarial, que será, no seguimento de negociações com sindicatos, de 10%, ou a "rescisão negociada de trabalhadores".
O corte de 10% será aplicado aos vencimentos acima dos 1.200 euros brutos mensais.
Já no que se refere à saída dos trabalhadores, o gestor declarou que saíram já, em regime de reformas antecipadas ou pré-reformas, um total de 48 quadros, sendo esperadas mais 100 saídas até 2023.