Açoriano Oriental
Açores surpreendem Embaixador do Chipre
Embaixador do Chipre em Lisboa há quatro anos, Nearchos Palas decidiu este ano visitar os Açores.
Açores surpreendem Embaixador do Chipre

Autor: Paula Gouveia
Da sua passagem por São Miguel leva o desejo de voltar, mas acompanhado de outros cipriotas. Ouviu falar da Região por um poema de um autor grego quando ainda não tinha 15 anos, confessa em entrevista à Rádio Açores/TSF”.
E agora que a visitou, confessa-se surpreendido pelo facto de os açorianos terem sabido preservar a paisagem.
A forte impressão causada despertou mesmo no diplomata a vontade de trazer alguns cipriotas aos Açores  e abordar um empresário seu conterrâneo, a operar no Mediterrâneo e nas Caraíbas com barcos de cruzeiro, sobre a possibilidade de incluir os Açores nas suas rotas.
“Não sei se os meus compatriotas sabem exactamente o que são os Açores”, afirmou Nearchos  Palas. “Venho de uma ilha onde o turismo é a principal indústria”, explicou o embaixador, e além disso o país possui uma das maiores frotas do mundo, sem que tenha tradição marítima.
Como explicou o diplomata, foram os alemães que ajudaram a  desenvolver o sector, quando a partir de 1974 começaram a instalar-se em Chipre, atraídos pelos impostos baixos (offshore), a pouca burocracia, o bom sistema bancário, boa rede de transportes e boas telecomunicações.
Com 800 mil habitantes e nove mil quilómetros quadrados, o país, diz Nearchos Palas, oferece boa qualidade de vida à sua população, que reside em pequenas cidades, vida que é suportada em especial pelo sector dos serviços.
Há quatro anos na União Europeia (UE), foi só a partir de Janeiro deste ano que o país integrou a Zona Euro e o balanço é positivo, revela o representante do Chipre em Portugal. “Acreditamos que isso trará estabilidade à nossa economia, mas também novas oportunidades, pois será mais fácil atrair investidores”, afirmou.
Em conflito latente com a Turquia, Chipre aceita que o país vizinho seja aceite como membro da União Europeia mas mediante condições.
“Apoiamos a entrada da Turquia na União Europeia, desde que eles joguem de acordo com as regras, caso contrário temos uma centena de motivos para boicotar a entrada da Turquia”.
Uma das condições que o seu país impõe é que a Turquia proceda a uma retirada militar no norte do Chipre. “Eles não podem manter uma presença militar no nosso país, tal como não podem manter os colonos que para lá enviaram para mudar a demografia (...) e ao mesmo tempo serem membros da União Europeia”, ressalva o diplomata.
“Se a Turquia entrar para a UE espero que tenhamos de lidar com um vizinho diferente, um vizinho que obedeça às leis europeias, às leis internacionais e que não recorra ao exército sempre que tiver desentendimentos com os seus vizinhos”, sublinhou. Até porque “uma Turquia democrática na União Europeia servirá, tanto as necessidades do povo turco como de todos os seus vizinhos”, refere Nearchos Palas.
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