Autor: Tatiana Ourique / Açoriano Oriental
Nasceu em Angra do
Heroísmo, a 14 de julho de 1979. Viveu em Coimbra, até concluir a licenciatura
em Jornalismo, a que se dedicou nos primeiros anos de vida profissional, de
regresso aos Açores, na imprensa e televisão regionais.
Nos anos seguintes
exerceu Comunicação de Marketing, na empresa da família, a Terauto, e
complementou a sua formação com Pós-Graduação, pela Universidade Aberta, em
Gestão.
Há um ano criou a
marca de peças de vestuário com aplicação de bordados e rendas açorianos
ATLASazores.
Atualmente está a
moderar o programa Política de Saltos Altos, no Rádio Club de Angra e integra a
direção do Instituto Açoriano de Cultura. Andreia Fernandes mantém a escrita em
dia na página estemeulugar.wordpress.com. E
tem artigos em publicações de âmbito jornalístico e literário.
Do Jornalismo ao
Marketing e agora ao design de moda. Andreia Fernandes garante que “no fundo é um regresso às origens, de diferentes formas. Eu cresci
entre tecidos e prateleiras de roupa. A minha mãe tinha uma loja de vestuário
infantil na Rua de São João (a Formiguinha). E as minhas tias eram costureiras.
Nós sempre criámos os nossos vestidos de cerimónia, depois eram feitos pela tia
Filomena (que hoje colabora comigo a executar as peças da Atlas)”.
Uma decisão que
permitiu voltar à área de formação. “Esta evolução tem-me
permitido voltar a colaborar com as áreas da Comunicação Social e da Cultura,
que estão na base da minha formação e do começo da minha vida profissional”.
Andreia garante que
os 40 anos foram decisivos para esta decisão: “Atlas é uma mudança de vida. Veio
responder a algumas inquietações individuais, que se acentuam com a chegada dos
40 anos e com a perceção que a vida vai, na melhor das hipóteses, a meio. Que é
preciso realizar coisas e que não há muito tempo para planos, porque o futuro é
hoje. Que os meus filhos estão na escola primária e que o tempo passa cada
vez mais depressa, e que quero gerir o meu tempo com o relógio acertado por
eles”, confidenciou ao Açoriano Oriental.
A terceirense garante
que a escolha de rendas e bordados açorianos conferem às suas peças “A
intemporalidade e a internacionalização. A arte feita pelas
nossas mãos é intemporal e sem fronteiras. E o que pretendo para a Atlas
é manter uma marca personalizada, individual, sem os padrões da indústria, que
caiba em todos os corpos e sirva o gosto de cada um, que tenha valor próprio. E
que agrade aos de dentro e aos de fora, que apreciam o que é genuíno”.
Para além da mestria
com as palavras, Andreia é habilidosa também no desenho: “Começo por desenhar a peça. Depois é confecionada pela costureira.
Escolho os desenhos dos bordados e rendas que quero aplicar, decalco-os na
peça, e finalmente são executados pela bordadeira. Quem pretender uma peça da Atlas pode inspirar-se nas imagens que
temos nas nossas plataformas online (https://atlasazores.com ou https://www.facebook.com/ATLASazores) ou pode fazer-nos um pedido específico, que apresentamos proposta.
Um ano depois da
criação desta nova marca o balanço é bastante positivo: “É
um gosto ter chegado aqui, com uma evolução cuidadosa. É bom ouvir as pessoas
dizer que é um projeto bonito. É bom ser escolhido para confecionar a peça preferida
de alguém (aquela camisa de linho branco) ou fazer parte de um dia
importante na vida de uma pessoa, como o batizado ou o
casamento”.
A designer explicou
ao Açoriano Oriental quais os materiais que privilegia: “Peças casuais ou de cerimónia,
preferencialmente em tecidos naturais, sobretudo linho, mas também seda.
Fizemos saias, vestidos, calças, calções, túnicas, casacos, camisas, para
mulheres e para homens, para meninos e meninas. A primeira coleção, Nuvens, foi
criada em linho branco. Entretanto começámos uma coleção Basalto, em linho
preto. E há de vir uma Bruma, um Oceano, a Terra e a Lava”, remata.
Quanto aos sonhos
para este projeto, Andreia é bastante perentória: “Que viva saudável!”