Autor: Lusa/AO Online
"O que vimos não tem nada a ver com liberdade, é um comportamento criminoso e os nossos serviços policiais farão o seu melhor para identificar as pessoas que incitaram à violência", disse Alexander De Croo numa conferência de imprensa no final de um encontro com o homologo francês.
"Somos um país livre, há o direito de manifestação, mas temos de acabar com a onda de violência", disse De Croo quando questionado sobre o protesto de domingo, que levou à detenção de 44 pessoas.
Na mesma linha, o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, já tinha declarado hoje considerar como atos de “violência pura” realizados por “idiotas” as manifestações violentas nos Países Baixos durante o fim de semana contra as restrições impostas devido à pandemia
De Croo disse compreender a "desilusão" e as "dúvidas" de algumas pessoas em relação à luta contra a pandemia, mas considerou que o debate deve ser realizado "com base em informações corretas e não em desinformação".
"Não nos deixemos separar. Temos uma luta contra o vírus e não entre a população", sublinhou, condenando os distúrbios em que três policias ficaram feridos.
Na tentativa de controlar uma nova vaga de casos de covid-19 no país, a Bélgica estendeu o uso obrigatório de máscaras a partir dos 10 anos e decidiu que o teletrabalho é obrigatório, quatro dias por semana e sempre que possível, pelo menos até 12 de dezembro.
O primeiro-ministro francês, Jean Castex, que também compareceu na conferência de imprensa, apoiou os argumentos do seu homólogo belga.
Na reunião entre a Bélgica e a França foi discutida a cooperação na luta contra a covid-19, mas também as migrações, o terrorismo e a segurança.
De Croo destacou a "posição comum" da Bélgica e da França em muitas áreas e Castex mencionou em particular o reforço da cooperação entre os dois países na luta contra o terrorismo, especialmente após os atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris.
Concordaram igualmente numa melhor coordenação para responder à luta contra a imigração irregular nas fronteiras externas com o Reino Unido e para aumentar a cooperação com os Países Baixos e a Alemanha.