Autor: Lusa/AO Online
O Departamento de Segurança Interna (DHS) justificou a medida, que vai entrar em vigor 60 dias após a publicação oficial do documento, prevista para terça-feira, por os dois países "já não cumprirem os critérios para a designação TPS".
O fim do TPS afeta particularmente os migrantes na Florida, onde vive um em cada três dos mais de um milhão de beneficiários nos Estados Unidos, de acordo com um relatório do Congresso norte-americano.
A perda do estatuto legal, cujo prazo final era o passado sábado, vai afetar cerca de 72.000 cidadãos das Honduras e quatro mil da Nicarágua, de acordo com as estimativas do Governo dos EUA.
O DHS argumentou que Washington concedeu o TPS a estas nacionalidades depois de a tempestade Mitch - o segundo furacão mais mortífero na história do Atlântico - ter causado mais de 11.300 mortos na América Central em outubro de 1998, incluindo quase 7.000 nas Honduras e 4.000 na Nicarágua.
O mesmo departamento indicou que, desde essa altura, "houve melhorias notáveis" nas condições em ambos os países, o que "permite o regresso adequado dos respetivos cidadãos".
Como exemplo, o Governo norte-americano lembrou que a Nicarágua "é um líder crescente em turismo, ecoturismo, agricultura e energias renováveis", enquanto "novos projetos de infraestruturas estão prestes a transformar as Honduras e a criar emprego".
A medida surgiu menos de duas semanas depois de o Governo do Presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado o fim do TPS para quase 521 mil haitianos, decisão bloqueada na semana passada por um juiz federal.
Trump tentou eliminar este estatuto durante o primeiro mandato (2017-21) na Casa Branca, para migrantes de países como El Salvador, Haiti, Honduras, Nicarágua, Nepal e Sudão.
Depois deste anúncio, outras comunidades temem ser os próximos alvos desta decisão.