Açoriano Oriental
Empresas públicas não podem ser “barrigas de aluguer de endividamento”

O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, avisou que as empresas públicas regionais têm de “prestar contas” e não podem ser, “como foram durante algum tempo”, umas “barrigas de aluguer de endividamento disfarçado”.

Empresas públicas não podem ser “barrigas de aluguer de endividamento”

Autor: Lusa/AO Online

“Gostaria de estimular todas as empresas do setor público empresarial a prestar contas. A assumir a responsabilidade de apresentar sucessos e assumir os insucessos”, afirmou o líder regional.

O chefe do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) falava em Ponta Delgada, na cerimónia do centésimo aniversário da administração portuária no arquipélago, organizada pela empresa pública Portos dos Açores.

Bolieiro reforçou que as empresas do setor público empresarial regional “têm de estar ao serviço” dos empresários açorianos.

“Empresas como estas têm de ser estar ao serviço dos empresários e da economia. Não podem continuar a ser, como foram durante algum tempo, barriga de aluguer de endividamento disfarçado, mas devem auxiliar a competitividade da nossa economia”, insistiu.

O presidente do Governo Regional defendeu que os “conceitos de coesão e continuidade territorial não podem ser apenas palavras”, reiterando a criação, a nível da União Europeia, de um Programa de Opções Específicas para o Afastamento e a Insularidade nas Regiões Ultraperiféricas (POSEI) para os transportes, à semelhança do que existe na agricultura.

“Importa criarmos opinião pública assumida para uma corresponsabilização da União Europeia quanto à densificação dos conceitos da continuidade e coesão territorial, com a eventual opção de um POSEI transportes”, vincou.

Bolieiro afirmou ainda que a região pode ser uma “referência competitiva na oferta logística do Atlântico norte e do Atlântico sul” e voltou a manifestar a intenção de criar um mercado regional no arquipélago.

“Quero deixar um encargo à Portos dos Açores. É dever da política pública estratégica na administração portuária dos Açores assegurar um modelo de logística para os Açores que seja uma oferta estratégica para a nossa economia, criando um mercado regional”, assinalou.

A propósito da construção de estruturas portuárias, o social-democrata disse “não ser aceitável” que as novas infraestruturas não contenham uma “componente para a monitorização dos efeitos da natureza”, devido às consequências das alterações climáticas.

O atual Governo dos Açores, suportado no parlamento pelos partidos do executivo, pela IL, Chega e deputado independente, tomou posse em novembro de 2020, após 24 anos de governação do PS na região.


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