Açoriano Oriental
Consórcio apresenta roteiro para a descarbonização

Empresários do setor agroalimentar receberam uma sessão de capacitação sobre medidas que podem ser implementadas para atingir os objetivos europeus, nacionais e regionais até 2050 relativos à descarbonização


Consórcio apresenta roteiro para a descarbonização

Autor: Rafael Dutra

Um conjunto de empresários do setor agroalimentar, mas não só, tiveram, na sede da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD), uma sessão de capacitação no âmbito do “Roteiro para a Descarbonização do Setor Agroalimentar”, projeto financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A CCIPD integra o consórcio que está a realizar o projeto, liderado pela PortugalFoods, que tem o apoio científico e técnico de entidades como o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI), o  Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), a Universidade Católica Portuguesa (UCP) e o Colab4Food.

Este roteiro, de acordo com a  investigadora do INESC TEC, que foi uma oradora desta sessão, tem o objetivo de indicar medidas que podem ser implementadas dentro do setor industrial de transformação de alimentos e bebidas, em três aspetos: na vertente da energia das emissões, na vertente da digitalização e na vertente da economia circular.

“O que apresentamos aqui hoje foi simplesmente a parte da energia e das emissões. O documento final terá também orientações nas outras duas áreas. A ideia aqui é mostrarmos quais são as trajetórias, o tipo de alterações que as empresas, que o setor pode fazer e isto pode traduzir-se a nível das empresas, de modo a conseguirem fazer uma redução de emissões, de gases com efeito de estufa, dentro daquilo que são os objetivos europeus, nacionais e depois regionais”, explica Zenaida Mourão.

Este documento, serve quase como “uma receita”, prossegue a investigadora, através do qual as empresas conseguem reduzir as suas emissões, e conseguem perceber que tipo de tecnologia ou medidas podem implementar para que depois consigam efetivamente chegar, a este objetivo, em 25 anos.

Esta parte mais da tecnologia, apresentada pelo INEGI, vai em detalhe sobre que tecnologias permitem determinado tipo de poupança, seja  em termos económico, seja depois relativamente à redução de emissões.

Segundo Zenaida Mourão, esta é uma transição, que se não for efetuada terá custos adicionais, tendo em conta que, depois de visualizar os resultados “globais”, foi possível assinalar que “não fazer nada custa mais” às empresas.

“O pior que podemos fazer é não fazermos transição nenhuma. Quanto mais ambiciosa for a transição, em termos de custo de transição, também essa componente será aquela que, como um todo, vai permitir termos custos de transição menores”, sustenta.

Apesar de indicar que toda a informação apresentada, ontem, aos empresários açorianos, é aplicável a qualquer indústria, a investigadora realçou que será feito um trabalho em conjunto com o Governo dos Açores, de forma a receber alguma informação, para que este documento possa também seradaptado à realidade regional.

“A nossa ideia agora é tentar adaptar o que temos a nível nacional para uma escala mais regional e, em princípio, desde que consigamos ter acesso a alguns dados base, deve ser possível fazermos essa adaptação. Aí [o Roteiro para a Descarbonização do Setor Agroalimentar] será muito mais próximo do que é a realidade das empresas nos Açores”, acrescentou a investigadora do INESC TEC.

Além do INESC TEC, esta sessão de capacitação teve também oradores do INEGI e testemunhos de empresários que já implementam medidas deste género nas suas empresas, mas também a participação de Joana Rita e Bruno Belo, diretores regionais da Energia e do Empreendedorismo e Competitividade, respetivamente.

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