Autor: Carolina Moreira
O novo Capitão do Porto e Comandante-local da Polícia Marítima de Ponta Delgada e Vila do Porto, Marques Peiriço, faz um balanço “satisfatório” da época balnear nos Açores, que está prestes a terminar, tendo sido registadas 95 ocorrências até ao final do mês de setembro.
“A época balnear decorreu de forma muito satisfatória. Não houve grandes acidentes. Não houve vítimas mortais. Não houve incidentes com graves lesões”, constatou numa primeira entrevista ao Açoriano Oriental, após ter assumido o cargo no passado dia 4 de outubro.
Segundo a informação divulgada ao jornal pela Marinha, entre os dias 1 de maio e 30 de setembro deste ano, registaram-se 95 ocorrências nas zonas balneares dos Açores, das quais 75 ocorreram na ilha de São Miguel. Do total de ocorrências, 49 corresponderam a ações de primeiros socorros e 46 foram salvamentos nas praias da Região.
“A nível de salvamentos marítimos foi mais a questão de banhistas serem arrastados por agueiros ou por correntes. E a nível dos primeiros socorros, foi nitidamente traumatismos e escoriações, fruto da costa que temos nas ilhas e das piscinas com várias pedras. Qualquer pessoa que caia faz um traumatismo”, adiantou o Capitão do Porto.
Questionado sobre os dados da qualidade da água das zonas balneares açorianas, o Comandante Marques Peiriço realçou que este verão “foram poucas as vezes em que houve necessidade de encerrar praias”. “Os encerramentos que houve decorreram nos municípios de Ponta Delgada e da Ribeira Grande, mas por poucos dias”, ressalvou.
Os dados da Marinha revelam que, no município de Ponta Delgada, foram fechadas quatro praias este verão “apenas durante três dias”, sendo que, na Ribeira Grande, a praia do Monte Verde foi fechada “durante três períodos distintos”, enquanto a praia localizada no complexo de piscinas do concelho encerrou “durante sete dias”.
Quanto ao Ilhéu de Vila Franca do Campo, que em anos anteriores teve vários problemas relativamente à qualidade da água, o Comandante Marques Peiriço revela que, este ano, “tivemos várias vezes em que os valores estiveram perto do valor limite. Mas o Ilhéu nunca esteve fechado por questões de má qualidade da água”, apontou.
No balanço da época balnear de 2024, o novo Capitão do Porto foi ainda questionado sobre a falta de nadadores-salvadores identificada numa fase inicial, frisando que, apesar de existirem recursos humanos “certificados” e “em número suficiente para colmatar as necessidade de toda as praias do país”, muitos “não querem exercer a atividade.
O Comandante Marques Peiriço dá como exemplo os estudantes que “limitam o período de tempo em que podem exercer a atividade” e identifica situações em São Miguel em que as praias encerraram mais cedo devido à falta de nadadores-salvadores. “No concelho de Vila Franca, houve uma praia que fechou mais cedo e, no concelho da Povoação, encerrou quase 15 dias mais cedo. Mas as entidades gestoras é que têm de fazer esse controlo”, frisou.
Quanto ao recurso ao programa Sea-Watch, o Capitão do Porto afirma que esteve ativo desde 12 de junho e que só deverá terminar a 31 de outubro, “mais um mês do que o previsto, com uma viatura e dois elementos da Marinha que tentam passar pelas zonas não vigiadas”, explicou.
Extensão da costa será o principal desafio do novo Capitão do Porto
O Comandante Marques Peiriço considera que a vigilância da “distância que percorre esta linha de costa, com mais de 300 km, entre São Miguel e Santa Maria”, será o principal desafio que irá enfrentar na sua nova missão enquanto Capitão do Porto e Comandante-local da Polícia Marítima de Ponta Delgada e Vila do Porto.
Numa primeira entrevista ao Açoriano Oriental, após ter tomado posse há poucos dias, Marques Peiriço considera que tem à sua disposição “os recursos humanos necessários para desenvolver a minha atividade nas ilhas de São Miguel e Santa Maria” e fazer “o melhor que sabemos”.
Questionado sobre planos de ação na fiscalização das áreas da pesca e da atividade marítimo-turística, o Capitão do Porto afirma ser necessário “primeiro fazer o nosso trabalho de casa para depois atuar mediante as necessidades”.