Autor: Lusa /AO Online
“A coligação sai reforçada após este congresso e a reeleição do dr. Artur Lima como líder do CDS-PP/Açores”, afirmou o líder regional do PSD e presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, em declarações aos jornalistas, no encerramento do X Congresso Regional do CDS-PP/Açores.
Líder do CDS-PP/Açores desde 2007, Artur Lima foi reeleito para um novo mandato de quatro anos, com 87,8% dos votos, concorrendo com uma lista única, e viu a sua moção de estratégia global ser aprovada por unanimidade.
Os centristas integraram, pela primeira vez, um Governo Regional nos Açores, no final de 2020, depois de o PS, que governava a região há 24 anos, ter perdido a maioria absoluta nas eleições legislativas regionais, abrindo caminho a uma coligação entre PSD, CDS-PP e PPM, apoiada por acordos de incidência parlamentar com Chega e Iniciativa Liberal.
O líder regional social-democrata disse que Artur Lima fez um discurso “de confirmação de compromissos e de empolgamento relativamente à missão da governação dos Açores”, evidenciando o Programa de Governo como “ponto de coesão” entre os três partidos que integram a coligação.
Questionado sobre o alargamento da coligação às eleições autárquicas, defendido por Artur Lima na sua moção de estratégia global, Bolieiro manifestou-se favorável a essa possibilidade, alegando que a coligação tem de se “preparar para um reconhecimento da população” no poder local que potencie uma “estratégia de desenvolvimento integral dos Açores”.
O líder do PPM/Açores, Paulo Estêvão, considerou que a vitória de Artur Lima “com um apoio esmagador do congresso” é “uma boa notícia para a coligação”.
“O facto de o próprio programa político do CDS-PP, a moção de estratégia, se centrar naquilo que foi o Programa de Governo. Isso demonstra que o CDS-PP está absolutamente empenhado - coisa de que nunca duvidámos - na concretização do Programa do Governo”, frisou.
Estêvão criticou ainda, à semelhança do que tinha feito o líder centrista, a falta de “sentido de responsabilidade e serviço aos Açores” da oposição, pelas críticas à gestão da pandemia de covid-19.
“Estamos muito empenhados em circunstâncias tremendamente difíceis e muitas vezes não contamos com a solidariedade que nós prestámos ao PS numa situação anterior”, apontou.
Em resposta, o deputado do PS Berto Messias disse que “existem dados muito concretos e muito claros de que o trabalho que está a ser feito pela comissão de acompanhamento [da luta contra a pandemia] não tem surtido efeitos positivos”.
“Nós não podemos querer condicionar os partidos políticos no âmbito da crítica normal e saudável que têm de fazer”, salientou, acrescentando que tanto CDS como PSD afirmaram “discordâncias” com a gestão da pandemia no passado.
Quanto ao discurso do líder centrista, Berto Messias disse discordar de muitas das referências feitas, “algumas descontextualizadas e algumas destemperadas”.
“O Partido Socialista continuará a assumir as suas responsabilidades enquanto partido mais votado nas últimas eleições e único partido que tem no parlamento representantes de todas as ilhas. Vamos continuar a trabalhar e a fiscalizar a ação do governo e a apresentar propostas concretas”, frisou.
Já o líder da Iniciativa Liberal no arquipélago, Nuno Barata, ex-deputado e militante do CDS-PP, disse que o partido está “praticamente reduzido” a fazer parte da governação nos Açores, estranhando que não se tenha gritado “CDS” no encerramento do congresso.
“Nem o senhor presidente do CDS a nível nacional, nem o senhor presidente do CDS/Açores perceberam ainda, de facto, o que se passou nos Açores no último dia 25 de outubro e estão absolutamente equivocados sobre a estabilidade deste governo e sobre o pretensiosismo que têm sobre si daquilo que podem fazer sobre os Açores e sobre o país”, afirmou.
Nuno Barata disse ainda que as medidas de combate à pandemia nos Açores “destruíram a economia” e que os apoios chegam “apenas aos mais fortes”, alegando que o Governo Regional não pode esperar que seja “a mão invisível do mercado” a resolver os problemas.
Estiveram também presentes na sessão de encerramento do X Congresso Regional do CDS-PP/Açores representantes do PCP e do Chega, mas abandonaram o local logo após ter terminado.