Autor: Lusa/AO Online
O parlamentar, em declarações à agência Lusa, afirma que o “sentido apontado, num trabalho que se iniciou e foi realizado, maioritariamente, ainda no tempo do Governo do PS, é de uma reestruturação que pondera uma maior eficiência operacional e financeira na gestão da empresa, em termos de frota, rotas e recursos humanos, em coerência com a função de serviço público que a SATA tem”.
Na quinta-feira, foram apresentadas ao presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, que se fez acompanhar pelos partidos com assento parlamentar, as linhas gerais do plano de reestruturação da operadora aérea regional, pelo Conselho de Administração da empresa.
Para o deputado socialista, este trabalho da SATA vai ainda no sentido de “garantir a mobilidade dos açorianos interilhas, de e para o continente, e à diáspora, de assegurar, de uma forma sustentável, a proveniência de fluxos turísticos e de contribuir através da sua atividade direta (emprego, compras à economia regional e lucros) com riqueza para a região”.
O atual conselho de administração do grupo SATA foi nomeado pelo anterior Governo Regional do PS, tendo sido mantido pelo chefe do executivo açoriano.
“Vemos com bons olhos a preocupação do atual conselho de administração em garantir que a proposta de reestruturação é feita em parceria com os sindicatos e trabalhadores da empresa e que, tal como sempre dissemos, não há necessidade de despedimentos coletivos”, afirmou Francisco César.
O ex-líder da bancada parlamentar socialista defende a “necessidade de ser acautelada uma preocupação que resulta” do facto de ter sido transmitido que, “nas atuais condições de obrigações de serviço público modificadas ou num modelo de liberalização, a Azores Airlines não voará mais para Santa Maria, Pico e Faial”.
Para o PS/Açores, é “essencial que o Governo Regional assegure junto das autoridades competentes, nacionais e europeias, os recursos e o enquadramento legislativo necessário para que estas ‘gateways’ continuem abertas”.
Nas negociações que vão ter lugar com Bruxelas, que visam viabilizar financeiramente a SATA, o deputado socialista considera que “cabe a este Governo, que é quem valida e aprova este plano, garantir que este cumpre com todos os requisitos exigidos pela Comissão Europeia”.
O plano de reestruturação da transportadora açoriana SATA prevê o regresso aos lucros em 2023, com o presidente da administração da empresa a mostrar confiança que, a partir desse ano, a operação seja "sustentável".
"Se conseguirmos concretizar tudo como temos planeado, por um lado, e se não houver um agravamento das condições pandémicas ou outras coisas quaisquer que possam vir a surgir, as iniciativas confluem para que 2023 seja, de facto, um ano de inversão e a operação se torne sustentável a partir daí", declarou quinta-feira Luís Rodrigues.
No plano, é estimada para este ano uma perda de 28 milhões de euros, em 2022 o resultado deverá andar perto do zero e, em 2023, já são admitidos lucros na casa dos 23 milhões de euros.
O plano de reestruturação da transportadora prevê, até 2025, poupanças totais de 68 milhões de euros.
Luís Rodrigues adiantou os "quatro pilares" que levarão às referidas poupanças: a reestruturação da frota, a eficiência operacional, a negociação com fornecedores e a agilização do trabalho.
Na agilização do trabalho, Luís Rodrigues incorporou campos como a redução salarial, que será, no seguimento de negociações com sindicatos, de 10%, ou a "rescisão negociada de trabalhadores".
O corte de 10% será aplicado aos vencimentos acima dos 1.200 euros brutos mensais, foi ainda revelado.
Já no que se refere à saída dos trabalhadores, o gestor declarou que saíram já, em regime de reformas antecipadas ou pré-reformas, um total de 48 quadros, sendo esperadas mais 100 saídas até 2023.