Autor: Lusa/AO Online
Portugal desperdiçou uma vantagem de dois golos no tempo regulamentar e, na ‘lotaria’ dos penáltis, a seleção nacional apenas transformou com êxito a primeira grande penalidade e perdeu assim a oportunidade de voltar a disputar o troféu com a Argentina, numa reedição das duas últimas finais (2019, quando conquistou o seu último título, e 2022, quando perdeu na Argentina).
A seleção lusa, que procurava alcançar o seu 17.º título mundial e igualar a recordista Espanha, defrontará assim, no domingo, no jogo de atribuição do terceiro lugar, a anfitriã Itália, hoje derrotada por 5-4 pela Argentina, constituindo o eventual bronze parca consolação para Portugal, que chegou a estar a vencer por 2-0 e também esteve em vantagem nos penáltis.
Num recinto praticamente esgotado, o encontro começou sob o signo do equilíbrio, embora Ângelo Girão fosse chamado mais vezes a intervir do que o guardião espanhol. Foi necessário esperar pelo minuto 13 para a primeira grande ocasião de golo, num remate de Pau Bargalló ao poste.
Depois, seguiram-se minutos de frenesim, no rinque e no marcador, com Portugal a chegar a uma vantagem de dois golos. Hélder Nunes inaugurou o marcador aos 16 minutos, num lance em que o jogador do FC Porto foi atingido no rosto e teve de ser assistido. Mal o jogo foi reatado, a seleção nacional ampliou para 2-0, por Xavi Cardoso (17).
No entanto, Portugal, que neste Mundial de Novara já revelara momentos de descontração na gestão de vantagens no marcador, permitiu imediatamente a seguir uma incrível ‘remontada’ espanhola no espaço de apenas dois minutos, durante os quais sofreu três golos.
Poucos segundos depois do segundo golo de Portugal, a Espanha reduziu por intermédio de Marc Grau, que ‘bisou’ no minuto seguinte (18) para restabelecer a igualdade. Aos 19 minutos, Ignacio Alabart completou a reviravolta e colocou pela primeira vez a seleção espanhola na frente do marcador.
Portugal conseguiria atenuar esta reação espanhola ao voltar a colocar o marcador igualado aos 23 minutos, num ‘disparo’ de longe de Hélder Nunes (3-3), mas, uma vez mais, voltou a sofrer um golo imediatamente a seguir, desta feita da autoria do ‘capitão’ espanhol Pau Bargalló, novo reforço do Benfica (24), e foi para o intervalo em desvantagem no marcador.
Tal como no primeiro tempo, os primeiros minutos da segunda parte também foram pautados pelo equilíbrio e sem grandes oportunidades de golo, embora com a seleção espanhola a ameaçar mais a baliza portuguesa, tendo sido necessário esperar pelo minuto 35 para as primeiras grandes emoções, com um remate de José Miranda ao poste da baliza espanhola, ao que Espanha respondeu também com um remate ao ferro no minuto seguinte, por Sergi Aragonès.
Aos 40 minutos, numa altura em que o golo podia surgir para qualquer lado, Portugal restabeleceu a igualdade, novamente por intermédio de Hélder Nunes, que chegava ao seu sexto tento na prova, e teve excelente oportunidade de voltar a passar para a frente do marcador no minuto seguinte, mas, na marcação de um livre direto, Gonçalo Alves permitiu a defesa de Grau.
A dois minutos do fim, numa altura em que o jogo estava incaracterístico, com muitas paragens, sucederam-se dois golos de ‘rajada’ e, desta vez, foi Portugal que soube responder a Espanha: Pau Bargalló ‘bisou’ na partida e colocou os espanhóis em vantagem (5-4, aos 48 minutos), mas no minuto seguinte José Miranda estreou-se a marcar no Mundial com um forte ‘tiro’ de longe e voltou a restabelecer o empate (5-5, 49 minutos) e a levar o jogo para prolongamento.
No tempo extra, e depois de uma primeira parte sem oportunidades claras, Portugal esteve perto de marcar no início do segundo tempo, com o poste a impedir o golo de João Rodrigues, tendo Girão travado as tentativas de Espanha, quase sempre com Bargalló como intérprete.
A decisão ficou então reservada para as grandes penalidades, que até começaram bem para Portugal, mas o primeiro penálti, convertido por João Rodrigues, foi o único transformado com sucesso, enquanto a Espanha marcou dois, o segundo dos quais pelo ‘inevitável’ Pau Bargalló, a ‘estrela’ que o Benfica foi buscar ao FC Barcelona e que hoje desequilibrou os pratos da balança a favor da Espanha.