Autor: Lusa/AO Online
“O governo ficou de novo muito aquém das expectativas. Para além de várias medidas avulsas e despesistas e sem contexto aparente, grande parte do investimento público neste Orçamento contém obras não prioritárias”, declarou Pedro Neves.
O deputado falava na Assembleia Legislativa dos Açores, na Horta, no arranque da discussão do Plano e Orçamento da região para 2022.
Pedro Neves afirmou que o executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) é “irritantemente otimista quanto à receita” prevista nos documentos e considerou que a proposta não melhora os serviços públicos da região.
“Vamos melhorar os serviços públicos, fundamentalmente a educação, a segurança social e a saúde, pilares fundamentais do Estado desenvolvido? Não, não e mais não”, afirmou.
O parlamentar considerou que os documentos não promovem a “diversificação” necessária para a produção agrícola regional, que está assente na pecuária.
A região, sublinhou, tem um “futuro pouco auspicioso” caso se mantenha um “modelo económico assente no emprego estatal”, na “monocultura da vaca” e no “turismo de massas”.
“Os indicadores mostram o declínio social da região, onde caminhámos vertiginosamente para a cauda da Europa”, afirmou.
Durante esta semana está a decorrer na Assembleia Regional, no Faial, a discussão do Plano e Orçamento dos Açores para 2022, os segundos da atual legislatura.
A proposta final do Orçamento para 2022 do Governo Regional, entregue no início do mês na ALRAA, é de dois mil milhões de euros, 800 milhões dos quais destinados a investimento.
O endividamento, que na anteproposta se situava nos 295 milhões de euros, desceu para os 170 milhões.