Autor: Lusa/AO Online
Paulo Borges, professor investigador, disse hoje à agência Lusa que "a situação já é preocupante" tendo sido "alertadas as autoridades" no sentido de "agirem para prevenir o alastramento da praga às restantes ilhas e ao continente europeu".
Revelou supor que a nova térmita seja a "Reticulitermes flavipes", predominante na costa leste dos Estados Unidos da América, e tenha sido "transportada por militares americanos da Base das Lajes ou por imigrantes açorianos provenientes dos EUA".
De acordo com Paulo Borges, as térmitas foram detectadas entre a zona das Amoreiras e o Bairro Social de Santa Rita na Praia, após uma inspecção feita pelos investigadores a pedido de um dos moradores.
Duas das casas vistoriadas apresentavam vestígios de térmitas subterrâneas no tecto, janelas, móveis e armários, tendo sido encontrados indivíduos desta mesma espécie nos quintais das habitações, acrescentou o investigador.
Os especialistas foram alertados para a presença desta nova espécie ao detectarem pequenos túneis descendentes do tecto e detritos com aspecto de terra, bem como túneis junto à madeira.
Segundo os investigadores, suspeita-se que algumas madeiras já tenham no seu interior colónias reprodutoras da espécie, considerada invasora e com potencial de destruição.
Foram enviadas amostras para o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e para dois especialistas internacionais aguardando-se que ainda esta semana seja recebido o resultado definitivo das análises, adiantou Paulo Borges.
Numa análise mais superficial concluiu-se que se trata de uma espécie diferente da térmita subterrânea existente no Faial, de origem europeia, e, até agora, a única conhecida nos Açores.
Paulo Borges preconiza "medidas urgentes para um rápido controlo da sua propagação e minimização do seu impacto social e financeiro na ilha e no Arquipélago".
Já foram notificadas a Câmara Municipal da Praia da Vitória e os Serviços de Ambiente da Ilha Terceira para que seja feito um estudo de pormenor para determinar a área afectada.
O estudo aponta como metodologia "a aplicação de armadilhas no solo num raio a 10, 50 e 100 metros dos focos já identificados no antigo Bairro Americano, sendo posteriormente monitorizadas durante o espaço de um mês".
Recomendam às autoridades para que, com o máximo de urgência, "seja queimada a madeira encontrada no exterior das casas infectadas, porque serve de alimento para as térmitas e potenciam a sua propagação".