Autor: Miguel B. Mota / Nuno Martins Neves
A Choki, recorde-se, é uma associação não-governamental que nasceu no remoto país asiático, Butão. Há pouco mais de um ano instalada na ilha ‘amarela’, vai honrando o compromisso de alertar a Região para a importância de articular a aposta no turismo com uma estratégia assente no desenvolvimento sustentável.
Tendo escolhido a ilha das Flores como epicentro para essa ação, o projeto de reflorestação do Parque Industrial de Santa Cruz foi só mais um exemplo de como a Choki está realmente investida em cuidar do “museu natural” dos Açores e afastá-lo da “economia primitiva do cimento e da vaca”, como disse Casey Hartnett a este jornal, em outubro último.
Na
altura, Casey, um dos elementos que compõe a associação, dava
conta das iniciativas levadas a cabo nas Flores; sinalizou o outdoor
colocado à saída do aeroporto com a frase ‘A natureza não é um
lugar para visitar, é a nossa casa’, bem como os quinze murais de
Morgan Brica, a reputada muralista – que a convite - pintou para a
posteridade os pássaros endógenos daquela ilha.
Hoje, o renovado motivo de orgulho para a Choki encontra razões na valorização estética imprimida no parque industrial de Santa Cruz - que, por força da dedicação de vários agentes, está agora reflorestado.
Foi um trabalho árduo, mas recompensador. Numa maratona de três dias, Câmara de Santa Cruz, voluntários da Choki, a Direção Regional dos Recursos Florestais e a Direção Regional das Obras Públicas arregaçaram mangas e, em conjunto, plantaram mais de setecentas plantas numa área equivalente a cinco campos de futebol.
Para aquela associação não-governamental foi, assim, dado mais um passo no sentido de “aumentar o valor estético local e desenvolver um ambiente comercial limpo e positivo” naquela que é uma das zonas mais movimentadas das Flores.
Quem ganha, entende, é a população e, num sentido mais amplo, a própria da Região, que se tem projetado no mundo como destino turístico sustentável. Como defende a Choki, "o esforço para restaurar jardins e embelezar áreas comuns aumentará a procura por um turismo sustentado de alta qualidade". Isto para além de representar um "grande benefício para a comunidade".
Afinal, "as ilhas são tesouros e devem ser pensadas como tais”. Nas Flores, o cofre está mais cheio, e há nele setecentos novos “diamantes” a envaidecer os florentinos e prontos a fazer brilhar o olhar daqueles que visitarem a ilha mais ocidental do arquipélago.
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