Açoriano Oriental
Médicos sem Fronteiras denunciam "falta de vontade política" da UE e Grécia
A organização Médicos sem Fronteiras (MSF) denunciou hoje em Atenas a "falta de vontade política" da União Europeia (UE), da Grécia e das organizações humanitárias para garantir condições de vida dignas aos refugiados bloqueados neste país
Médicos sem Fronteiras denunciam "falta de vontade política" da UE e Grécia

Autor: LUSA/AO online

Num relatório sobre as condições de vida e de saúde dos refugiados hoje apresentado em Atenas, a seção helénica da ONG manifestou o receio, perante a atual situação, que milhares de pessoas estejam condenadas a viver em acampamentos insalubres por um longo período.

A MSF assegura que, apesar da grande quantidade de dinheiro disponível, as autoridades gregas, a UE e as organizações humanitárias não conseguiram criar condições de acolhimento dignas.

“Dizem-nos que gastaram centenas de milhões de euros para os refugiados mas esse está destinado a ser devolvido à Turquia [no âmbito do acordo UE-Turquia em vigor desde março] e não a criar condições de vida dignas na Grécia”, destacou em conferência de imprensa Loïc Jaeger, coordenador da missão da MSF na Grécia.

“O que assistimos é que a falta de vontade política não apenas afeta a vida dos [migrantes] encurralados mas também põe em risco a vida dos que pertencem a grupos mais vulneráveis”, sublinhou.

O responsável dos programas médicos da MSF na Grécia, Apóstolos Veisis, referiu por sua vez que [o presidente da Comissão europeia, Jean-Claude] “Juncker prometeu enviar à Grécia 4.000 polícias, guardas-costeiros, tradutores, mas nem um único profissional de saúde”.

Jaeger frisou que “o mais preocupante é que os dirigentes da UE e da Grécia considerem ‘um êxito’ o que se passa aqui”.

O risco de doenças do sistema respiratório com a aproximação do inverno, de epidemias, a ausência de serviços médicos para grupos mais vulneráveis ou as dificuldades dos refugiados em acederam a hospitais públicos são outros aspetos referidos no relatório.

Outra preocupação relaciona-se com o estado de saúde psíquico dos refugiados em longa espera, após o encerramento da “rota dos Balcãs” no início de 2016.

“Têm a sensação de que os esqueceram. Ninguém lhas dá indicações sobre quanto tempo leva a processar o ser pedido de asilo, ninguém lhes diz se algum dia vão sair do acampamento. Vivem num gueto, sem tê-lo escolhido, e isso provoca-lhes uma profunda depressão”, explicou Cristina Sideri, psicóloga do centro dos MSF no acampamento de Malakasa, a 60 quilómetros de Atenas.

No relatório, a ONG pede à UE que financie com urgência programas para a melhoria das condições sanitárias dos refugiados, e às autoridades gregas que lhe deem alternativas de alojamento em centros para facilitar a sua integração.

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