Açoriano Oriental
Manutenção na Liga Vitalis é o objectivo do Santa Clara

O presidente do Santa Clara, Manuel Cruz Marques, em entrevista concedida ao "Açoriano Oriental", não esconde a ambição de ascender à Liga Sagres, mas, devido aos condicionalismos financeiros do clube, traça como principal objectivo a manutenção na Liga Vitalis

Manutenção na Liga Vitalis é o objectivo do Santa Clara

Autor: Arthur Melo

A carreira desportiva da equipa de futebol do Santa Clara, que ocupa a segunda posição da Liga Vitalis, está dentro das expectativas iniciais da direcção?

Considerando como prioridade a estabilização financeira do Clube, e os pressupostos e objectivos definidos por esta Direcção, o lugar que a equipa ocupa está dentro das expectativas esperadas.

A subida de divisão é um tema que, no seio do clube, é alvo de afirmações por vezes contraditórias. O treinador não assume esse objectivo; os jogadores não escondem essa ambição. Para a direcção, essa é uma meta a curto, médio ou longo prazo?

Todos temos essa ambição. Contudo temos que ser prudentes face à realidade financeira do Clube e aos objectivos a que nos propusemos, bem patentes no nosso programa eleitoral e no compromisso assumido com todos os sócios do nosso Clube, que nos confiaram o mandato, baseado numa gestão realista dos meios disponíveis, quer financeiros, quer humanos. O objectivo primeiro é a manutenção na Liga Vitalis, não perdendo de vista a subida, por isso, a equipa luta, jogo a jogo, para o conseguir.

 

Nos últimos encontros a equipa de futebol do Santa Clara tem sido sancionada com muitas grandes penalidades. Vítor Pereira já estranhou a situação. A direcção está preocupada com as arbitragens, um tema que esteve na linha da frente dos discursos do clube na última temporada?

Estamos convictos e já o reafirmámos anteriormente, quer em entrevistas, quer em carta endereçada ao Presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, assim como pessoalmente com o Presidente da Comissão de Arbitragem da Liga de Futebol, que, para a salvaguarda da verdade desportiva e do bom nome da arbitragem, defendemos a aplicação das novas tecnologias nos jogos de futebol profissional.

Face à boa prestação desportiva da equipa na Liga Vitalis, teme que factores externos possam começar a condicionar a boa colheita pontual que a equipa vem demonstrando no campeonato?

Tal como no passado, é um risco que corremos. Contudo queremos acreditar que não se repetirá. Por tudo isso defendemos que a verdade desportiva se revele entre as quatro linhas, com o carácter, a abnegação, a humildade, a força do acreditar e do querer, de cada atleta.

Mudando de modalidade. O hóquei em patins é ou não uma aposta desta direcção?

Não usaria esse termo. No quadro das modalidades amadores, o Hóquei em Patins, faz parte da nossa história e das nossas glórias. Tal como as restantes modalidades amadoras, foi definido pela Direcção, por razões financeiras, que a sua existência está dependente de receitas próprias, quer provenientes da publicidade  ou do mecenato, em complementaridade aos contratos programa da Direcção Regional do Desporto. Não há outra hipótese de subsistir, se queremos manter o equilíbrio financeiro e honrar os compromissos assumidos.

A equipa luta, claramente, pela subida à I Divisão da modalidade. Essa aposta tem a anuência da direcção?

Enquadrado no modelo, acima citado, tem e terá sempre o apoio da Direcção.

 

Nos bastidores fala-se em problemas financeiros, com atletas a não receberem salários há alguns meses. Tal corresponde à verdade e, se sim, quem se responsabiliza com esses encargos?

Os atletas profissionais têm os salários em dia. Obviamente lutamos dia-a-dia, para honrar os compromissos financeiros, dentro do orçamento aprovado em Assembleia Geral, sobretudo no que se refere a salários, segurança social, finanças, encargos bancários e fornecedores. Contudo e por dificuldades de tesouraria verificam-se alguns atrasos, contra a nossa vontade, que procuramos, com a compreensão dos interessados, em tempo e com muito sacrifício para o Clube, minimizá–los.

 

Depois de mais de um ano como presidente do Santa Clara, que balanço é que faz do seu tempo de mandato?

Ainda é cedo para fazer um balanço. Primeiro, porque, por força dos Novos Estatutos, não complementámos o 1º mandato e tivemos que promover novas eleições, segundo, porque as dificuldades surgidas pelos processos pendentes, não permitiram a concretização de todos os nossos projectos. Fa-lo-ei no final do mandato, se Deus me der forças e saúde para tal.

Evitar que o clube encerrasse as portas e toda a sua actividade desportiva foi o mote que o levou a avançar em 2006. Considera que a luta e o sacrifício têm valido a pena?

Como sempre o disse, o Santa Clara é uma causa, uma causa açoriana. É por isso que esta equipa directiva se formou e está a dar o seu melhor e a lutar dia-a- dia. Não para evitar que o Santa Clara encerrasse portas e a sua actividade desportiva, porque os verdadeiros santaclarenses nunca o permitirão, mas sim para dar o rumo que o Santa Clara deve e merece ter.

O que é que ainda não conseguiu concretizar no clube, que gostasse de deixar como marca da sua presidência do Santa Clara?

A situação financeira resolvida e a criação da Fundação Campo Açores.

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