Autor: Lusa
A melhor geração de fundistas de sempre permitiu que o atletismo português viesse da Califórnia com três medalhas, com destaque para a primeira medalha de ouro para Portugal, por Carlos Lopes.
Rosa Mota, terceira na primeira maratona feminina, foi a primeira mulher portuguesa a subir ao pódio, com António Leitão a conquistar o bronze nos 5.000 metros.
Aos 37 anos, Carlos Lopes era o mais velho participante na maratona de Los Angeles1984, mas somou segunda medalha olímpica da sua carreira – tinha recebido a prata nos 10.000 metros de Montreal1976 – com uma marca histórica, que foi recorde olímpico até 2008.
Sob uma temperatura de 30 graus, Carlos Lopes precisou de 2:09.21 horas para percorrer os 42,195 quilómetros, com 35 segundos de vantagem sobre o segundo, o irlandês John Treacy.
A marca do português nascido em Vildemoinhos, no distrito de Viseu, foi recorde olímpico durante 28 anos, sendo batido apenas em Pequim2008 pelo queniano Samuel Wanjiru (2:06.32).
Rosa Mota, que duvidava da sua capacidade antes da partida para a maratona na cidade norte-americana, cortou a meta em terceiro, estreando-se nas medalhas olímpicas, num ‘aviso’ para o que viria a acontecer quatro anos depois em Seul.
Nos 5.000 metros, António Leitão também chegou ao terceiro lugar do pódio em Los Angeles1984, confirmando-se como um dos maiores expoentes mundiais na distância. No final, lamentou não ter atacado mais cedo para chegar ao ouro.
A brilhante participação portuguesa no atletismo completou-se com as prestações de Aurora Cunha, sexta nos 3.000 metros, José Pinto, oitavo nos 50 km marcha, e Ezequiel Canário, nono nos 5.000 metros.
Fernando Mamede, que em julho se tornara o primeiro recordista mundial da história do atletismo português, nos Mundiais de Estocolmo, era apontado como um dos favoritos à conquista de medalhas nos 10.000 metros em Los Angeles, mas desistiu a meio da final.
João Campos atingiu as meias-finais dos 5.000 metros, mas o 10.º lugar foi insuficiente para garantir a qualificação e juntar-se a António Leitão e Ezequiel Canário na final.
Campos foi o melhor dos eliminados e se o caso de doping do finlandês Martti Vainio tivesse sido conhecido horas antes, Portugal colocava três atletas na derradeira corrida dos 5.000 metros.
Na natação, Alexandre Yokochi, vice-campeão europeu de juniores em 1980, foi sétimo na final dos 200 metros bruços, batendo o recorde nacional por quase três segundos, naquele que é ainda o melhor resultado de sempre de um português na natação em Jogos.
Portugal partiu para a Costa Oeste dos Estados Unidos com esperança de um bom resultado no halterofilismo, mas Francisco Coelho, terceiro nos Europeus de juniores no início da década de 80, escorregou num momento decisivo, o que lhe custou a qualificação para os quartos de final.
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