Autor: Joana Medeiros
Face à intenção expressa pela Ryanair de abandonar a operação nos Açores, através das ligações com as ilhas de São Miguel e Terceira, o Governo Regional dos Açores confirma que se encontra em negociações com a companhia aérea para que a mesma não deixe de operar no arquipélago.
Berta Cabral, em declarações aos jornalistas, adiantou que os motivos que estão na origem desta negociação estão r
elacionados com “as dificuldades
acrescidas” que a Ryanair, “tal todas as companhias aéreas”, tem tido
“decorrente da conjuntura internacional”, à qual acrescem novos custos.
De
acordo com a secretária regional do Turismo, Mobilidade e
Infraestruturas, essas dificuldades foram apresentadas e decorrem
“negociações e conversações para minimizar aquilo que for possível e
para percebermos se, em relação à Ryanair, existem ou não condições para
continuar”, incluindo, para além do Governo Regional dos Açores e a
empresa irlandesa, conversações com o Turismo de Portugal.
A secretária regional adianta ainda que é da vontade do governo regional que a companhia aérea continue a voar para os Açores, mesmo que exista já “uma grande conectividade” entre o arquipélago e o resto do mundo através das cerca de duas dezenas de companhias que voam para as ilhas açorianas neste momento, incluindo a operação da SATA Internacional e da TAP.
Questionada quanto ao facto de já não ser possível agendar voos através desta companhia para o mês de novembro, Berta Cabral indica apenas que esta é “uma situação de gestão interna da companhia”, esperando que estas negociações “tenham um bom fecho”, à semelhança das negociações que ocorreram em anos passados e que tinham o objetivo de rever “vários contratos internacionais”.
A notícia desta intenção de
abandonar a operação nos Açores foi publicada pelo jornal Diário dos
Açores, indicando que esta vontade teria sido comunicada à VisitAzores,
tendo também “causado alguma apreensão junto dos cerca de 70
colaboradores” que trabalham a partir da base da empresa em Ponta
Delgada, avisados que “a mesma iria ser encerrada no inverno próximo”.
No passado, relembra o mesmo jornal, “o Turismo de Portugal chegou a
pagar à Ryanair cerca de 1,5 milhões de euros pela operação na ilha
Terceira”, prevendo-se que a empresa pretenda agora “aumentar” este
montante.