Açoriano Oriental
Eutanásia
Deputados vão tentar concluir lei nos primeiros dias de janeiro

A conclusão da votação na especialidade, artigo a artigo, da lei da eutanásia ficou remetida para os primeiros dias de janeiro, mas os deputados vão tentar que votação final global seja no dia 08.

Deputados vão tentar concluir lei nos primeiros dias de janeiro

Autor: Lusa/AO Online

O grupo criado na comissão de Assuntos Constitucionais, que está a fazer as votações indiciárias (indicativas) da lei, planeava terminar a sua missão na terça-feira, mas a reunião terminou por falta de quórum.

Apesar de tudo, os deputados vão tentar concluir o trabalho a tempo de o texto ser votado, na especialidade, na comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias na primeira reunião do ano,a 06 de janeiro, disseram à Lusa parlamentares de várias bancadas.

Com esse calendário, seria possível a votação final global na sessão plenária de 08 de janeiro, pelo que o diploma poderia chegar às mãos de Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República e recandidato, durante a campanha para as eleições de 24.

A confirmar-se estas datas, Marcelo Rebelo de Sousa, católico, Presidente e de novo candidato a Belém, poderia ser obrigado a tomar alguma decisão sobre a matéria durante a campanha das eleições presidenciais, como decidir se envia o diploma para o Tribunal Constitucional (TC).

Se o processo legislativo for concluído nos primeiros 15 dias de janeiro (incluindo a redação final) e a lei enviada para o Palácio de Belém, os prazos para o veto, por exemplo, não se esgotam até dia 24 de janeiro, dia das eleições — o Presidente tem até 20 dias para o fazer.

Mas o mesmo pode já não acontecer com prazo mais apertado (oito dias) para enviar ao TC a lei da eutanásia que vier a ser aprovada no parlamento.

À Lusa, a deputada do PSD Mónica Quintela, coordenadora do grupo de trabalho sobre a despenalização da morte medicamente assistida, admitiu, há três semanas, que a discussão na especialidade esteja “concluída no decurso de dezembro”, o que não veio a verificar-se.

Hoje, com o PAN ausente, e depois da saída de Joacine Katar Moreira, deputada não inscrita, pouco depois das 20:00, a ausência de João Cotrim Figueiredo, da Iniciativa Liberal, 30 minutos depois, ditou o final da reunião por falta de quórum.

Com a interrupção de hoje, ficam a faltar seis artigos, do 23.º aos 28.º, e retomar o debate e votação de mais três artigos anteriores, incluindo o artigo 3.º que define as condições em que é despenalizada a morte mediamente assistida.

Para este artigo, há várias propostas de alteração – do BE, PEV, Iniciativa Liberal e o texto de substituição da depurada Isabel Moreira (PS) feita com base nos cinco projetos de lei aprovados em fevereiro.

Os diplomas preveem, nomeadamente, que só possam pedir a morte medicamente assistida, através de um médico, pessoas maiores de 18 anos, sem problemas ou doenças mentais, em situação de sofrimento e com doença incurável.

À direita, o CDS e o Chega são contra a lei e, à esquerda, o PCP também. No PSD há divisões e no PS, maioritariamente a favor, também.


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