Autor: Lusa/AO Online
As
crianças começaram a ser inoculadas um dia depois de o governo federal
dos Estados Unidos ter aprovado doses pediátricas das vacinas. “Incrível! Tenho esperado muito tempo para ser vacinado”, disse, de forma entusiástica, Raghab Vist, um menino de 11 anos. Raghab
Vist e o seu pai, Hemant, que foram um centro de vacinação em San Jose,
falaram à agência de notícias AP de todas as coisas que aguardam fazer
novamente – comer num restaurante, andar de comboio e ir a um dos sítios
favoritos da família, como a Disneylândia. “É um marco muito importante para nós”, anotou Hemant. Como
parte de um plano ambicioso de vacinação contra o novo coronavírus para
3,5 milhões de crianças californianas dessas faixas etárias, o estado
da Califórnia pretende administrar as vacinas em locais como clínicas
escolares, farmácias ou consultórios de pediatria. As autoridades de saúde estimam administrar 1,2 milhões de primeiras doses da vacina pediátrica. O
condado de Santa Clara, ao qual pertence a cidade San Jose, começou a
distribuir doses na quarta-feira, que foram rapidamente agendadas. O
condado espera receber cerca de 55 mil doses esta semana e abrirá
centros adicionais em 80 escolas e vai enviar equipas de vacinação
móveis para os bairros sociais. Muitos dos
centros de vacinação do condado de Santa Clara foram decorados com
temas infantis, como animais, e incluíam jogos, enquanto outros
distribuíram livros para colorir, prémios e adesivos às crianças
recém-vacinadas. Alguns centros do condado
de Los Angeles também começaram a administrar na quarta-feira as
primeiras doses às crianças, disse o departamento de saúde local. Los
Angeles é o condado mais populoso dos Estados Unidos com 10 milhões de
residentes, incluindo 900 mil crianças entre os cinco e os 11 anos. O
‘site’ na Internet de vacinação da Califórnia (myturn.ca.gov) deve
começar a oferecer consultas para estas faixas etárias. Vários outros
condados, como Contra Costa e Marin no norte do estado, planearam
iniciar a vacinação massiva no fim de semana. A
Califórnia em uma taxas de vacinação mais altas o país, mas uma minoria
ainda permanece cética em relação à vacina e às garantias do governo
quanto à sua segurança. Em outubro, mais de mil pessoas reuniram-se na
sede do governo do estado para protestar contra a obrigatoriedade da
vacinação. Apesar de ter algumas das
medidas mais rígidas no combate à pandemia, a Califórnia viu os casos e
os internamentos a aumentarem novamente, nas últimas duas semanas. O
governador Gavin Newsom anunciou no mês passado que o estado teria a
ordem para administrar as primeiras doses para crianças em idade escolar
– cerca de 6,7 milhões de alunos de escolas públicas e privadas – assim
que o governo federal desse a aprovação final. A ordem será implementada de forma gradual e não deverá entrar em vigor até julho de 2022. A pandemia “afetou muito o bem-estar das nossas crianças”, disse Newsom. As
doses pediátricas da vacina da Pfizer superaram dois obstáculos finais
na terça-feira: uma recomendação do conselheiro do Centro de Controlo e
Prevenção de Doenças (CDC) e a luz verde da diretora da organização,
Rochelle Walensky. O governo federal
prometeu vacinas suficientes para proteger as 28 milhões de crianças do
país, entre os cinco e os 11 anos, com muitos pais entusiasmados
apressados para vacinarem os seus filhos antes das festividades do Dia
de Ação de Graças e do Natal. Os EUA
autorizaram sexta-feira a vacina da Pfizer contra a covid-19 para
crianças entre os cinco e os 11 anos, abrindo caminho a uma nova etapa
de imunização que vai abranger 28 milhões de crianças no país. A
autorização de emergência da agência do medicamento norte-americana
(FDA) foi concedida após uma análise cuidadosa dos resultados dos testes
clínico conduzidos pela Pfizer em vários milhares de crianças, referiu a
organização. “Como mãe e médica sei que
pais, cuidadores, professores e crianças aguardam esta autorização com
impaciência. A vacinação de crianças contra a covid-19 é um passo
suplementar rumo à normalidade”, disse a comissária interina da FDA,
Janet Woodcock, em comunicado. Na
terça-feira, um painel de especialistas independentes tinha reunido e,
após um dia de debate, manifestou-se a favor da imunização de crianças
entre os 5 e os 11 anos com a vacina da Pfizer. De
acordo com os ensaios clínicos, a vacina demonstrou uma eficácia de
90,7% na prevenção de formas sintomáticas da doença nessa faixa etária.