Açoriano Oriental
Ucrânia acusa Geórgia de suspender candidatura à UE para "agradar a Moscovo"

A Ucrânia acusou a Geórgia de suspender a sua candidatura à União Europeia (UE) para “agradar a Moscovo”, com a diplomacia de Kiev a manifestar desilusão com a decisão da antiga república soviética

Ucrânia acusa Geórgia de suspender candidatura à UE para "agradar a Moscovo"

Autor: Lusa/AO Online

“A Ucrânia está desiludida com a decisão do governo da Geórgia de suspender as negociações de adesão à UE até 2028. Esta decisão, bem como o uso da força contra uma manifestação pacífica, demonstra a limitação dos processos democráticos no país para agradar a Moscovo”, segundo a mesma fonte.

Pelo menos 43 manifestantes pró-europeus foram presos e 32 polícias ficaram feridos durante um protesto que se prolongou durante a madrugada frente ao Parlamento de Tblisi.

O primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobajidze, anunciou a suspensão “até ao final de 2028” das negociações de adesão à UE, cenário já assumido por Bruxelas perante a deriva antidemocrática observada em Tbilissi.

“Decidimos não colocar na ordem do dia a questão da abertura de negociações com a UE até ao final de 2028. Além disso, até ao final de 2028, também rejeitamos quaisquer subsídios orçamentais da UE”, afirmou Kobajidze, citado pela imprensa georgiana.

A Comissão Europeia já suspendeu “de facto” o processo de adesão da Geórgia devido a recentes medidas tomadas por Tbilissi - como uma controversa lei sobre agentes estrangeiros inspirada na Rússia e uma lei contra os interesses da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e trans) – que suscitaram preocupação em Bruxelas sobre o rumo antidemocrático do país.

Num relatório recente, Bruxelas advertiu que a lei sobre a influência estrangeira “vai contra os valores e princípios em que se baseia a UE” e sublinhou que “põe em risco a trajetória europeia da Geórgia”, mantendo assim “de facto” congelada a adesão de Tbilissi ao bloco comunitário.

As recentes eleições legislativas na Geórgia, ocorridas em outubro, vieram também agravar esta crise de confiança.

A oposição, incluindo a presidente do país, Salome Zurabishvili, denunciou uma fraude eleitoral e a UE anunciou que enviará uma missão técnica para avaliar as irregularidades detetadas pelos observadores internacionais.

Zurabishvili exigiu a convocação de novas eleições legislativas.

O Parlamento Europeu tinha também apelado quinta-feira à repetição das eleições legislativas na Geórgia, no prazo de um ano, rejeitando os resultados “comprometidos por irregularidades” naquele país.

A aproximação do Governo da Geórgia à Rússia liderada por Vladimir Putin impossibilita “qualquer avanço no sentido da adesão à UE”, segundo os eurodeputados.


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