Açoriano Oriental
Turismo nos Açores deverá atingir os mil milhões de euros em 2024

A Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) considerou que o valor acrescentado bruto (VAB) resultante do turismo nos Açores deverá atingir este ano os mil milhões de euros

Turismo nos Açores deverá atingir os mil milhões de euros em 2024

Autor: Lusa/AO Online

De acordo com a CCIPD, “estima-se que o VAB do turismo tenha crescido de cerca de 190 milhões de euros em 2014 para 889 milhões em 2023”, devendo “atingir os 1.000 milhões em 2024, multiplicando o contributo do setor por cinco em dez anos”.

Em conferência de imprensa de balanço do setor do turismo nos Açores, realizada na sua sede, em Ponta Delgada, o organismo aponta que o peso no Produto Interno Brutos (PIB) em 2023 (cerca de 5600 milhões de euros) estará nos 17%, o que implica um contributo de cerca de 956 milhões de euros”.

Segundo a CCIPD, se for assumido que a receita fiscal gerada pelo turismo “está na mesma proporção do PIB gerado (17% em 2023), o turismo terá gerado uma receita fiscal de cerca de 132,6 milhões de euros e poderá gerar cerca de 170 milhões em 2024”.

De acordo com os empresários, nos últimos 10 anos, o turismo gerou cerca de 12.600 postos de trabalho, “mais de 10% da força de trabalho” açoriana.

“Se cada posto de trabalho suportar mais um dependente, isto quer dizer que os empregos adicionais gerados suportarão cerca de 25 mil residentes”, refere a CCIPD.

Os empresários salvaguardam que o turismo “tem dado um enorme contributo para travar o que vulgarmente se designa de desertificação das ilhas”.

A CCIPD considera, por outro lado, que “existe um claro problema de partilha de proveitos, que tem levado muitas câmaras municipais a planear o recurso a taxas turísticas”.

De acordo com a Câmara do Comércio, a aplicação de uma taxa turística “ganhou a preferência de várias autarquias, entre elas todas as de São Miguel”.

“Percebe-se o desespero dos autarcas por mais receitas e a sua frustração por, aparentemente, não estarem a beneficiar do bom momento do turismo”, sustenta-se.

A CCIPD considera que a taxa turística “é contestável não apenas por ser questionável a sua necessidade, justificada pela prestação de serviços não pagos”, mas, sobretudo, por ser “um atentado à simplicidade fiscal e um custo de contexto adicional brutal para as famílias que exploram alojamentos e para as empresas do setor do alojamento”.

De acordo com o organismo, após a apresentação pública do portal da taxa turística municipal de Ponta Delgada “ficou claro que não estão reunidas as condições operacionais para garantir de forma atempada o sucesso da implementação conforme previsto”.

Por isso, considera ser “imperativo um adiamento por um ano da implementação para que os empresários e as empresas possam preparar os seus sistemas de gestão e procedimentos”.

O organismo questiona ainda que investimentos foram feitos nesta década nos locais de visitação e que medidas de gestão foram tomadas para disciplinar a afluência de visitantes.

Para o tecido empresarial, é “importante disponibilizar os investimentos necessários para a recuperação da capacidade aérea perdida no inverno” e “potenciar a procura direta pelo destino através de campanhas de 'marketing' focadas neste segmento”.


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