Açoriano Oriental
Sopas comunitárias enchem largo da Matriz de Ponta Delgada “cimentando laços na comunidade”

Uma iniciativa da paróquia em parceria com os comerciantes da baixa, Junta de Freguesia  e Câmara do Comércio e o agrupamento 1113 do CNE, assinala a festa da Epifania.

Sopas comunitárias enchem largo da Matriz de Ponta Delgada “cimentando laços na comunidade”

Autor: AO online
A paróquia de São Sebastião, em Ponta Delgada, realizou um festival de sopas comunitárias que juntou dezenas de pessoas na baixa da cidade.

“Sonhar alto e fazer-se ao caminho, mesmo com a possibilidade de algumas noites escuras e acidentes de percurso”, afirmou o cónego Adriano Borges, citado pela Igreja Açores, na eucaristia que precedeu um almoço comunitário da paróquia da Matriz de São Sebastião. O momento serviu para assinalar o fim de semana em que a Igreja está a celebrar a Solenidade da Epifania.

O “sonho” materializou-se num almoço partilhado, feito de sopas e outros bens alimentares. Um pretexto para estimular “uma dinâmica comunitária” que juntou a paróquia aos comerciantes do centro histórico de Ponta Delgada, junta de freguesia e escuteiros.

“Isto faz-me lembrar a `sopa da pedra´: não tinha nada para a fazer e, de repente, aparecem os ingredientes todos: boa vontade, disponibilidade para colaborar e deitar mãos à obra; as pessoas são muito solidárias. Basta falarmos uns com os outros e a solidariedade aparece” referiu ao sítio Igreja Açores Carlos Sá, um dos comerciantes que apoiou a iniciativa. “Sei que todos quereriam participar; infelizmente não tive tempo de contactar todos”, declarou o comerciante.

“Ninguém deve estar de costas voltadas para os outros e a união faz a força e em muito pouco tempo concretizou-se uma ideia sonhada pelo cónego Adriano Borges que pusemos de pé e, nesta alma viva de Ponta Delgada, que sofre alguns problemas mostramos que irmanados poderemos fazer alguma coisa e vamos conseguir ultrapassar os problemas”, assinalou José Rego, presidente da Junta de freguesia da Matriz.

A desertificação do centro histórico, os problemas de acessibilidade e a indigência crescente são alguns dos desafios que a paróquia e as autoridades públicas têm pela frente.

“Teremos de dar as mãos e mesmo que consigamos recuperar por ano apenas 5 ou 6 já terá valido a pena” refere o autarca, acompanhando a vontade da paróquia que tem mais de 4 mil habitantes quase todos concertados na zona dos Bairros Novos, onde existe um segundo centro de culto.

“Quem olha para o chão, para o seu umbigo, encasulado em si próprio, mirra e fica pequenino. Olhar para o alto, como fizeram os Magos que se deixaram guiar por uma estrela e fizeram-se ao caminho, alcançará coisas bonitas”, referiu Adriano Borges.

O cónego exortou a comunidade a ir “mais além”, contornando as dificuldades da vida que definiu como “noites escuras”.

“Hoje celebramos uma verdadeira dinâmica comunitária: encontramo-nos com Deus na Eucaristia; conosco próprios e com os irmãos no convívio fraterno”, disse ainda garantindo que este tipo de iniciativas pode ter futuro. 

O contributo que todos deram no final do almoço reverteu a favor da compra de cabazes para as famílias mais carenciadas desta paróquia.

Com Igreja Açores
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