Autor: Lusa/AO Online
“Eu costumo dizer que quando temos uma situação, o número real será a multiplicar por 10. A multiplicar por 10 os números que nós temos, já estamos a falar na ordem dos milhares. É uma situação extremamente preocupante”, afirmou o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio e Escritórios e Serviços, Hotelaria e Turismo dos Açores (SITACEHT/Açores), Vítor Silva.
O dirigente sindical falava, em declarações aos jornalistas, à margem de uma reunião com o vice-presidente do Governo Regional, em Angra do Heroísmo.
Desde 15 de abril que todos os restaurantes e cafés da ilha de São Miguel estão encerrados ao público, podendo apenas funcionar em regime de ‘take-away’ e entrega ao domicílio, medida implementada para combater a pandemia de Covid-19.
O secretário regional da Saúde e Desporto anunciou hoje que estas medidas se vão prolongar por, pelo menos, mais uma semana.
Questionado sobre o impacto destas medidas no desemprego neste setor, Vítor Silva disse que a situação é preocupante e não apenas na ilha de São Miguel, a única nos Açores em que os estabelecimentos estão encerrados.
“Na ilha de São Miguel tem efeitos mais negativos devido à situação pandémica que é mais grave naquela ilha, mas mesmo nas outras ilhas a restauração está a passar por momentos muito complicados”, apontou.
O dirigente sindical reconheceu a necessidade de uma concentração de apoios “de forma mais energética” na ilha de São Miguel, neste momento, mas disse que há despedimentos também noutras ilhas, tanto no setor da restauração, como da hotelaria.
“A própria sociedade pode não ter noção da gravidade desta situação, mas que ela é real e que muitas pessoas estão a passar por problemas gravíssimos na região, trabalhadores do setor da restauração e da hoteleira, não tenho qualquer tipo de dúvida”, frisou.