Açoriano Oriental
Refutando declarações de Mariano Gago
Sindicato assegura que "não há pessoas desocupadas" na UAc
O dirigente regional do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) discordou do alerta de Mariano Gago de que a Universidade dos Açores tem de produzir mais e gastar menos, alegando que "não há pessoas desocupadas" na academia.

Autor: Lusa / AO online
"Não há pessoas desocupadas ao nível da investigação e docência na Universidade dos Açores", garantiu à agência Lusa Álvaro Borralho, para quem as declarações proferidas pelo ministro do Ensino Superior demonstram que este "conhece mal a realidade da instituição", dividida em três pólos pelas ilhas de São Miguel, Terceira e Faial.

Mariano Gago afirmou quinta-feira, em Ponta Delgada, que a Universidade dos Açores tem de se "reestruturar rapidamente" para produzir mais e gastar menos recursos canalizados anualmente para a única instituição de ensino público do arquipélago.

"Existe manifestamente uma clara desproporção entre a actividade da Universidade dos Açores, em matéria de ensino, investigação e produção de serviços, e os recursos que os contribuintes de todo o país entregam anualmente à instituição", afirmou o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

    Para o dirigente sindical "não é verdade que a academia açoriana não produza", dado que a existência de vários centros de investigação e o aumento do número de cursos leccionados nos últimos anos demonstram precisamente o contrário do que afirma o ministro da tutela.

"O senhor ministro esquece que esta é uma universidade jovem, pequena e insular", argumentou Álvaro Borralho, acrescentando que por isso "tem mais dificuldades em realizar as suas actividades, ao nível do ensino, investigação e prestação de serviços".

Além disso, Álvaro Borralho salientou que o corpo docente da UAç está ainda em qualificação, uma vez que "dos cerca de 230 docentes menos de 20 são catedráticos".

No entender daquele dirigente sindical, Mariano Gago "quis dizer qualquer coisa, mas não teve coragem de ser mais explícito" no seu discurso, alegando, porém, não ser possível reestruturar económica e financeiramente a UAç sem mexer na tripolaridade da academia, com cerca de três mil alunos.
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