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Senadores alinhados com Bolsonaro pedem à PGR que investigue possível fraude

Um grupo de 14 senadores alinhados com o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, pediu à Procuradoria-Geral da República para investigar uma possível fraude nas eleições vencidas pelo atual presidente eleito, Lula da Silva.

Senadores alinhados com Bolsonaro pedem à PGR que investigue possível fraude

Autor: Lusa/AO Online

O pedido baseia-se num relatório do Ministério da Defesa sobre as urnas eletrónicas utilizadas no Brasil desde 1996, que nunca foram objeto de alegações de fraude, mas, segundo Bolsonaro, são propícias à fraude e poderiam ter ocorrido nas eleições de outubro.

“Diante de um processo eleitoral tão conturbado, diminuir possíveis dúvidas é um dever do Estado”, disse Luis Carlos Heinze, um dos senadores que enviou a representação junto à Procuradoria-Geral da República.

Dias antes este mesmo senador defendeu a abertura de processo de destituição de Alexandre de Moraes, juiz do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Apesar de não ter levantado indícios de fraude, o relatório das Forças Armadas divulgado na quarta-feira levantou dúvidas em relação à fiabilidade do sistema votação das presidenciais de 30 de outubro, numas eleições cujos observadores internacionais e o Tribunal Eleitoral consideram que cumpriram com os padrões internacionais.

O Ministério da Defesa brasileiro veio esclarecer "que o acurado trabalho da equipe de técnicos militares na fiscalização do sistema eletrónico de votação, embora não tenha apontado, também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrónicas e no processo eleitoral de 2022".

A pedido de Jair Bolsonaro, os militares participaram pela primeira vez como observadores das eleições e do sistema de votação, que foi alvo de uma campanha difamatória por parte do líder brasileiro nos meses que antecederam as eleições, apesar de as urnas nunca terem sido objeto de alegações de fraude.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por seu lado, já pôs fim à controvérsia e garantiu que as eleições foram "limpas e transparentes" e decidiu que não existem dúvidas sobre o processo, que foi endossado por todas as missões de observadores independentes, tanto nacionais como internacionais.

Bolsonaro, dez dias após as eleições, ainda não reconheceu claramente a sua derrota, embora o Governo tenha levado a cabo o processo de transição com a equipa nomeada por Lula da Silva desde a semana passada.

Com 100% dos votos contados, Luiz Inácio Lula da Silva ganhou as eleições presidenciais de domingo por uma margem estreita, recebendo 50,9% dos votos, contra 49,1% para Jair Bolsonaro, que procurava um novo mandato de quatro anos.

Lula da Silva assumirá novamente a Presidência do Brasil a 01 de janeiro de 2023 para um terceiro mandato, após ter governado o país entre 2003 e 2010.


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