Autor: Lusa/AO Online
A viagem realiza-se alguns dias depois de o Presidente dos EUA, Joe Biden, ter participado numa cimeira virtual com os líderes do Japão, Austrália e Índia, países que reconhecem a importância da presença dos EUA na região para contrariar as ambições expansionistas da China.
Blinken e Austin, que viajaram separadamente, vão reunir com os seus homólogos, na terça-feira, bem como com o primeiro-ministro, Yoshihide Suga, que tem um encontro marcado com Biden, no próximo mês, em Washington.
Na quarta-feira, os dois governantes deslocam-se à Coreia do Sul, para no dia seguinte Blinken reunir com os chefes da diplomacia chinesa, no Alasca - naquele que será o primeiro encontro oficial entre os governos dos EUA e da China desde que Biden tomou posse, em 20 de janeiro – enquanto Austin segue para uma visita à Índia.
A pandemia de covid-19 obrigou o Governo de Biden a atrasar o início das primeiras viagens diplomáticas, geralmente realizadas num ritmo frenético após a chegada de um novo inquilino à Casa Branca.
Mas não será isso que travará o Presidente norte-americano de comprovar o seu desejo de reconstruir relações com os seus aliados tradicionais.
O objetivo da viagem é “revitalizar os laços com os nossos amigos e parceiros”, sublinharam Blinken e Austin, num artigo assinado hoje por ambos no jornal Washington Post.
"A nossa força combinada torna-nos mais fortes quando precisamos de repelir agressões e ameaças vindas da China”, acrescentaram os dois membros do Governo de Biden, prometendo “responsabilizar o Governo chinês quando este violar os direitos humanos em Xinjiang e no Tibete, erodir sistematicamente a autonomia de Hong Kong, minar a democracia em Taiwan ou reivindicar territórios marítimos do mar da China Meridional, violando tratados internacionais”.
“Se não agirmos com decisão e não assumirmos a liderança, Pequim o fará”, garantem Blinken e Austin.
As tensões sino-japonesas em torno do arquipélago desabitado de Senkaku, chamado Diaoyu na China, devem ser “uma parte importante das negociações” em Tóquio.
Um alto funcionário do Departamento de Defesa, que acompanha a viagem de Austin, justificou com os “compromissos de segurança” entre os EUA e o Japão.
O Japão administra essas ilhotas, reivindicadas por Pequim, que está a aumentar as manifestações de força na região.
No sábado, no Havai, quartel-general do comando militar norte-americano para a região do Indo-Pacífico, Austin explicou pretende primeiro "ouvir, aprender e entender" os pontos de vista dos aliados dos EUA na região.
"O nosso objetivo é ter certeza de que temos as capacidades, os planos e os conceitos operacionais para sermos capazes de fornecer um impedimento confiável para a China ou qualquer agente que queira atacar os Estados Unidos", acrescentou o secretário de Defesa.
Esta viagem pela Ásia segue-se a uma cimeira virtual da aliança informal entre os Estados Unidos, Japão, Índia e Austrália, nascida na década de 2000 para contrabalançar as ambições expansionistas da China.
No final da semana passada, estes países estabeleceram como objetivo imediato produzir na Índia mil milhões de vacinas contra a covid-19, até ao final de 2022, para serem distribuídas no sudeste asiático.