Autor: Ana Carvalho Melo
João Mourão, diretor do Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas, e Luís Silva são os curadores do projeto “Vampires in Space”, de Pedro Neves Marques, que irá representar Portugal na próxima edição da Bienal de Arte de Veneza.
A 59.ª Bienal de Arte de Veneza vai decorrer
naquela cidade italiana entre 23 de abril e 27 de novembro de 2022, com
curadoria de Cecilia Alemani.
O projeto, selecionado no âmbito de um
concurso promovido pela Direção-Geral das Artes, terá a forma de uma
instalação narrativa que transformará o Palazzo Franchetti através de
filmes, elementos instalativos, poemas e cenografia numa inesperada nave
espacial habitada por vampiros.
A proposta recorre à figura e
expectativas sobre o que é um “vampiro” para abordar questões de
identidade de género, sexualidade e reprodução queer, bem como formas de
família não-nuclear.
A instalação contrastará o estilo Gótico Veneziano do Palazzo Franchetti com uma sensibilidade de ficção científica, fantástica e especulativa própria ao trabalho de Neves Marques.
A Representação Oficial Portuguesa, comissariada pela DGARTES, ficará instalada no Palácio Franchetti, o novo espaço expositivo situado nas margens do Grande Canal de Veneza, com o qual foi celebrado um protocolo de utilização para os próximos três anos.
A
59.ª Bienal de Veneza tem como tema “The Milk of Dreams”, sendo
inspirada num livro de Leonora Carrington, no qual, como diz Cecilia
Alemani, “a artista surrealista descreve um mundo mágico onde a vida é
constantemente repensada através do prisma da imaginação, e onde todos
podem mudar, ser transformados, tornar-se algo e outra pessoa. A
exposição leva-nos numa viagem imaginária através de metamorfoses do
corpo e definições da humanidade”.