Autor: Made in Açores
Como começa a sua história profissional na Insulac?
Iniciei o meu percurso na Insulac no ano de 2014, no Continente, mais concretamente em Lisboa, na área comercial, a convite do meu sogro, Dr. Jorge Costa Leite, depois de ter estado vários anos ligado à construção civil, visto ser formado em engenharia civil. Foi uma mudança relativamente simples pois sempre tive o gosto pela área comercial, pela negociação, pelas vendas. Hoje em dia é muito comum vermos pessoas a trabalhar em áreas diferentes da qual tiveram a sua formação. No ano de 2017, e após o nascimento da minha filha, regressei a São Miguel e, em 2020, recebi o convite e iniciei as minhas funções como administrador da Insulac, na área comercial.
Qual entende ser a principal missão da Insulac no mercado atual?
Na minha opinião, a principal função da Insulac é transformar o leite que recebemos dos nossos produtores em produtos lácteos de qualidade. As exigências por parte dos nossos clientes são cada vez maiores, com mais certificações a serem-nos exigidas, num mercado cada vez mais competitivo. Os clientes estão cada vez mais interessados em perceber o produto, onde é feito, como é feito, como é embalado, como é transportado. Mas para que esta qualidade seja atingida é necessário o empenho de todos os colaboradores e a prova disso foi o reconhecimento que tivemos no concurso de queijos de Portugal da ANIL, onde ganhámos o prémio de melhor queijo flamengo de Portugal nos anos de 2021, 2022 e 2024 com o queijo flamengo Valformoso. No ano de 2021 e 2022 ganhamos o melhor queijo flamengo com o queijo bola Valformoso e no ano de 2024 com o queijo flamengo fatiado Valformoso.
Estes prémios alegram-me, não só pelo reconhecimento do nosso trabalho mas também pelo facto de o queijo flamengo ser o queijo mais consumido em Portugal. Para mim, isso faz com que estes prémios tenham ainda mais importância. Mas não foi só o Queijo Flamengo Valformoso a ganhar prémios. Temos ganho, nos últimos anos, também neste concurso da ANIL, o melhor queijo para barrar, com os já conhecidos queijo para barrar com ervas e alho, e com o normal, ambos da marca Valformoso.
O que o faz sentir realizado ao trabalhar neste sector?
Começo por dizer que é um sector difícil. Temos a responsabilidade de receber o leite dos nossos produtores todos os dias e de o transformar em queijo, leite em pó e manteiga e de os vender. Por outro lado, o mercado está cada vez mais volátil, com as subidas e descidas dos produtos a acontecer num espaço temporal cada vez mais pequeno, o que não é fácil para a gestão. Mas respondendo à sua pergunta, a área comercial é uma área desafiante, e ao mesmo tempo cativante. Querer fazer cada vez mais mais e melhor, manter os clientes habituais, captar novos clientes, novos mercados, é isso que me motiva. Isso e a vontade de atingir as metas e objetivos a que nos propomos, melhorar os produtos que temos, não só a qualidade mas também a sua apresentação. Estamos também a dinamizar cada vez mais a marca Valformoso, estando mais presente no digital, com mais referências nos lineares e fazendo parcerias com Chefs, pois esta marca oferece produtos tanto para o canal horeca, produtos com maior gramagem, como para o retalho, como é o caso dos queijos fatiados e ralados e os queijos creme para barrar.
Como empresário, quais entende serem os seus maiores desafios diários e de que forma os ultrapassa?
Um dos desafios é a falta de mão-de-obra e, para isso, temos que dar condições para que os colaboradores se sintam bem em trabalhar na Insulac. Por outro lado, como vivemos numa ilha, a gestão de stocks de todo o material que precisamos tem que ser encomendado sempre com mais antecedência do que os nossos concorrentes que têm as suas fábricas no continente, pois podem sempre acontecer imprevistos e atrasos nos transportes. É necessário muito cuidado nesta gestão. Outro desafio é a gestão emocional dos colaboradores, ou seja, manter as equipas unidas e motivadas, com o foco nos objetivos. Para que isso seja possível, é necessário diálogo. Enumero como último desafio a gestão de tempo, e tento fazê-lo conforme o grau que estabeleço das prioridades, pois as solicitações são muitas, com muitos emails diários, reuniões, e se não houver foco nos objetivos e prioridades, torna-se tudo muito mais difícil.
Que legado gostaria de deixar na empresa?
É uma boa pergunta. Como alguém que contribuiu para o crescimento da empresa, gostaria de contribuir tornando os processos ainda mais informatizados, com os processos produtivos mais robotizados e a empresa com condições de poder receber e trabalhar ainda mais leite.