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Pedro Dias: “A falta de mão-de-obra é um desafio e, para isso, temos que dar condições para que os colaboradores se sintam bem em trabalhar na Insulac”

Há quatro anos aos comandos da área comercial da Insulac, empresa ribeiragrandense dedicada aos laticínios e detentora da marca Valformoso, Pedro Dias renova o compromisso de aposta na qualidade e valorização do setor


Autor: Made in Açores

Como começa a sua história profissional na Insulac?

Iniciei o meu percurso na Insulac no ano de 2014, no Continente, mais concretamente em Lisboa, na área comercial, a convite do meu sogro, Dr. Jorge Costa Leite, depois de ter estado vários anos ligado à construção civil, visto ser formado em engenharia civil. Foi uma mudança relativamente simples pois sempre tive o gosto pela área comercial, pela negociação, pelas vendas. Hoje em dia é muito comum vermos pessoas a trabalhar em áreas diferentes da qual tiveram a sua formação. No ano de 2017, e após o nascimento da minha filha, regressei a São Miguel e, em 2020, recebi o convite e iniciei as minhas funções como administrador da Insulac, na área comercial.

Qual entende ser a principal missão da Insulac no mercado atual?

Na minha opinião, a principal função da Insulac é transformar o leite que recebemos dos nossos produtores em produtos lácteos de qualidade. As exigências por parte dos nossos clientes são cada vez maiores, com mais certificações a serem-nos exigidas, num mercado cada vez mais competitivo. Os clientes estão cada vez mais interessados em perceber o produto, onde é feito, como é feito, como é embalado, como é transportado. Mas para que esta qualidade seja atingida é necessário o empenho de todos os colaboradores e a prova disso foi o reconhecimento que tivemos no concurso de queijos de Portugal da ANIL, onde ganhámos o prémio de melhor queijo flamengo de Portugal nos anos de 2021, 2022 e 2024 com o queijo flamengo Valformoso. No ano de 2021 e 2022 ganhamos o melhor queijo flamengo com o queijo bola Valformoso e no ano de 2024 com o queijo flamengo fatiado Valformoso.

Estes prémios alegram-me, não só pelo reconhecimento do nosso trabalho mas também pelo facto de o queijo flamengo ser o queijo mais consumido em Portugal. Para mim, isso faz com que estes prémios tenham ainda mais importância. Mas não foi só o Queijo Flamengo Valformoso a ganhar prémios. Temos ganho, nos últimos anos, também neste concurso da ANIL, o melhor queijo para barrar, com os já conhecidos queijo para barrar com ervas e alho, e com o normal, ambos da marca Valformoso.

O que o faz sentir realizado ao trabalhar neste sector?

Começo por dizer que é um sector difícil. Temos a responsabilidade de receber o leite dos nossos produtores todos os dias e de o transformar em queijo, leite em pó e manteiga e de os vender. Por outro lado, o mercado está cada vez mais volátil, com as subidas e descidas dos produtos a acontecer num espaço temporal cada vez mais pequeno, o que não é fácil para a gestão. Mas respondendo à sua pergunta, a área comercial é uma área desafiante, e ao mesmo tempo cativante. Querer fazer cada vez mais mais e melhor, manter os clientes habituais, captar novos clientes, novos mercados, é isso que me motiva. Isso e a vontade de atingir as metas e objetivos a que nos propomos, melhorar os produtos que temos, não só a qualidade mas também a sua apresentação. Estamos também a dinamizar cada vez mais a marca Valformoso, estando mais presente no digital, com mais referências nos lineares e fazendo parcerias com Chefs, pois esta marca oferece produtos tanto para o canal horeca, produtos com maior gramagem, como para o retalho, como é o caso dos queijos fatiados e ralados e os queijos creme para barrar.

Como empresário, quais entende serem os seus maiores desafios diários e de que forma os ultrapassa?

Um dos desafios é a falta de mão-de-obra e, para isso, temos que dar condições para que os colaboradores se sintam bem em trabalhar na Insulac. Por outro lado, como vivemos numa ilha, a gestão de stocks de todo o material que precisamos tem que ser encomendado sempre com mais antecedência do que os nossos concorrentes que têm as suas fábricas no continente, pois podem sempre acontecer imprevistos e atrasos nos transportes. É necessário muito cuidado nesta gestão. Outro desafio é a gestão emocional dos colaboradores, ou seja, manter as equipas unidas e motivadas, com o foco nos objetivos. Para que isso seja possível, é necessário diálogo. Enumero como último desafio a gestão de tempo, e tento fazê-lo conforme o grau que estabeleço das prioridades, pois as solicitações são muitas, com muitos emails diários, reuniões, e se não houver foco nos objetivos e prioridades, torna-se tudo muito mais difícil.

Que legado gostaria de deixar na empresa?

É uma boa pergunta. Como alguém que contribuiu para o crescimento da empresa, gostaria de contribuir tornando os processos ainda mais informatizados, com os processos produtivos mais robotizados e a empresa com condições de poder receber e trabalhar ainda mais leite.

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