Autor: Lusa/AO Online
“O encerramento da fábrica da Cofaco do Pico e o despedimento coletivo dos seus trabalhadores têm consequências nefastas em todo o mercado de trabalho na ilha do Pico e um impacto económico e social de grandes proporções e cujos efeitos se agravarão com o aprofundar do círculo vicioso da recessão e do aumento do desemprego a nível local”, justifica o partido, na proposta de aditamento ao Orçamento do Estado para 2019 a que a Lusa teve acesso.
Em janeiro deste ano, a conserveira Cofaco, dona do atum Bom Petisco, anunciou o despedimento da totalidade dos trabalhadores na fábrica do Pico (cerca de 160), prometendo a readmissão no futuro da maioria dos quadros.
Os comunistas propõem que o Governo institua em 2019 um “regime especial e transitório de facilitação do acesso, majoração de valor e prolongamento da duração de apoios sociais aos trabalhadores da fábrica Cofaco, na Região Autónoma dos Açores, que se encontrem em situação de desemprego”, dando cumprimento a uma resolução da Assembleia da República, aprovada em julho.
O PCP salienta que o despedimento coletivo na Cofaco do Pico representou uma perda de 4,3% na população ativa da ilha e de mais de 8% no concelho da Madalena, defendendo, por isso, que é preciso tomar medidas para “minimizar a retração do consumo no mercado local, sob pena de se poder estar a pôr em causa a eficácia dos apoios atribuídos às empresas”.
“São de importância estratégica as medidas para minimizar o impacto social e económico do despedimento coletivo e do desaparecimento de cerca de 300 postos de trabalho diretos e indiretos e no equilíbrio da situação social e económica da ilha do Pico e da região, sendo fundamental minorar as dificuldades da população picoense, reconhecendo a especificidade e excecionalidade da sua situação”, pode ler-se na proposta.
Foi através do Sindicato de Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio, Escritórios e Serviços dos Açores que se soube, em 09 de janeiro, que a administração da conserveira se havia reunido com os trabalhadores da empresa no Pico para os informar de que todos seriam despedidos - com direito a indemnização e fundo de desemprego -, deixando a Cofaco de laborar naquela ilha até à construção de uma nova fábrica.
No início deste mês, o secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia dos Açores disse que a empresa pediu um adiamento de 30 dias para avançar com a construção da nova fábrica.
Ainda assim, a Cofaco estima que o projeto, orçado em cerca de sete milhões de euros, esteja concluído até janeiro de 2020, empregando inicialmente 100 trabalhadores, com possibilidade de aumentar o número “até aos 250" efetivos.