Autor: Lusa/AO On line
"Conseguir que as paróquias contribuam para a dádiva de sangue é ter a solução para muitos problemas", disse à Lusa o coordenador da comissão, padre Feytor Pinto, adiantando que também é possível haver grupos doadores de órgãos nas comunidades paroquiais.
Para o coordenador da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, a dádiva de órgãos é "um desafio muito forte à verdadeira solidariedade". Feytor Pinto considerou também que "a doação é um problema profundamente cristão".
É a primeira vez que a Comissão Nacional da Pastoral da Saúde promove um encontro sobre o transplante de órgãos, o que leva Feytor Pinto a salientar que "é um momento de grande viragem no trabalho" da comissão.
"A tentação de uma organização que se inspira na religião é fazer apenas trabalho na área da espiritualidade, nós vamos pegar num problema humano", justificou.
Segundo o mesmo responsável, na cultura portuguesa houve durante algum tempo uma certa recusa na dádiva de órgãos.
Apesar de esta situação estar a mudar, a recusa ainda persiste. Daí a Pastoral da Saúde querer contrariar esta tendência.
"A igreja, através da Pastoral da Saúde, preocupa-se com a qualidade de vida e saúde das pessoas, por isso quer fomentar a doação de órgãos para dar mais vida", adiantou.
O padre Feytor Pinto disse ainda que a pastoral da saúde vai colocar a questão do transplante como uma forma de salvar vidas e tornar as pessoas sensíveis a este problema.
A história da transplantação e os seus resultados, a dificuldade de encontrar doadores de órgãos, as formas de doação e o Registo Nacional de não Dadores (RENNDA) são alguns dos temas em debate no encontro, que se prolonga até quinta-feira.